Até o início da Olimpíada , em 5 de agosto, o Rio que diminuir a má impressão deixada até agora| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A entrega dos prédios inacabados da Vila Olímpica não será a única imagem que a organização da Rio-2016 terá que tentar limpar até a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, na próxima sexta-feira (5), no Maracanã. Do trânsito à segurança pública, das questões ambientais à qualidade do atendimento nos serviços aos turistas e moradores, a cidade terá pela frente um grande desafio.

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A partir de segunda-feira (1º), a capital fluminense terá o primeiro grande teste em termos de mobilidade, quando passam a funcionar as linhas exclusivas para o transporte de atletas, delegações e imprensa. Operação que envolverá um contingente de 1.150 agentes de trânsito e afetará diretamente a rotina da população.

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São 60 km de vias exclusivas para o tráfego dos veículos da competição, 159 linhas de ônibus com o itinerário modificado nos dias de provas e todo o entorno das arenas bloqueadas. Cenário que vai demandar paciência dos torcedores: a orientação da prefeitura é para que se desloquem três horas de antecedência das provas.

Mesmo assim, o secretário executivo de Coordenação da prefeitura, Rafael Picciani, confia que as mudanças não impactarão no ânimo dos moradores. “Nenhum impacto será suficiente para tirar a empolgação dos cariocas com os Jogos”, acredita.

Na chegada ao Parque Olímpico, o torcedor sentirá pelo nariz mais uma promessa que a cidade não cumpriu: a despoluição da Bacia de Jacarepaguá, prevista no caderno de encargos da Rio-2016.

As obras, que deveriam ter sido concluídas em 2014, foram interrompidas em 2015. O resultado é um forte odor de água suja vinda da Lagoa de Jacarepaguá e dos córregos que circundam o parque. Um dos córregos, com lixo à vista, é o “cartão de visitas” no principal acesso ao local.

Clima olímpico começa a ganhar corpo nas ruas do Rio de Janeiro 
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Na segurança, o governo federal teve de reforçar o quadro da Força Nacional com mais 500 policiais nessa sexta-feira (29). A medida foi anunciada pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para suprir a equipe de operadores de raio X na entrada das arenas.

A Artel, empresa contratada para o serviço, alegou dificuldades financeiras e contratou apenas 500 dos 3,4 mil operadores exigidos por contrato para a Olimpíada. Para ter o número suficiente de operadores, o presidente em exercício Michel Temer teve de editar medida provisória para permitir que a Força Nacional incorporasse PMs inativos na operação dos equipamentos.

Em relação aos serviços, funcionários do Comitê Rio-2016 e voluntários batem cabeça a todo instante. Obter informações básicas, como horários e itinerários dos ônibus que transportam delegações e imprensa, por exemplo, é uma epopeia. “Não me deram treinamento. Estou aprendendo as planilhas agora”, relatou um voluntário que tentava orientar um grupo de motoristas que não sabia o trajeto das linhas que iriam conduzir.

Apesar do cenário, em Copacabana o público começa a entrar no clima da disputa. Em frente aos arcos olímpicos na areia da praia, torcedores formam fila para fotos. No quiosque de venda de ingressos ao lado da arena de vôlei de praia, eles tentam os últimos ingressos.

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“O Rio tem problemas como qualquer outra cidade grande. Mas a cidade é bonita, as pessoas são simpáticas e está tendo um esforço para acertar os problemas”, considera o turista colombiano Leonardo Bernal, 32 anos, que sexta-feira (29) adquiriu, junto com o amigo Camilo Vergara, 22, bilhetes para futebol, vôlei de praia, ciclismo e tiro com arco. “Acho que os Jogos vão ser um sucesso”, confia Bernal.

Turistas fazem fila para tirar foto com os arcos olímpicos, em Copacabana