Investigação da Operação Hashtag, da Polícia Federal (PF), aponta que alguns dos dez detidos nesta quinta-feira (21) acusados de planejarem um atentado terrorista na Olimpíada Rio-2016 já haviam passado pelo processo de “batismo” do Estado Islâmico. Segundo o Ministério Público Federal (MPF-PR) do Paraná, responsável pela acusação, alguns haviam feito o bayat, juramento de fidelidade exigido pela organização terrorista para novos integrantes.
“Tais atos, aliados a uma série de outros graves indícios, demonstraram a imprescindibilidade da prisão temporária decretada, tudo para garantir a segurança e paz pública necessárias à realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016”, afirma o MPF-PR em nota.
Os 12 mandados de prisão em dez estados - dois ainda não foram cumpridos - foram expedidos pela Justiça Federal do Paraná porque, segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o líder do grupo é de Curitiba.
O MPF-PR afirma que a confirmação do batismo, evidenciado em mensagens de redes sociais como Whatsapp e Telegram, configura em promoção de ato terrorista. “As provas colhidas até o momento possibilitam o enquadramento dos investigados, no mínimo, nos tipos penais que estipulam ‘promover’ ou ‘integrar’ organização terrorista como crime”, afirma o procurador da República Rafael Brum Miron, responsável pelo caso.
Entre as mensagens interceptadas, há uma comunicação conclamando os integrantes do grupo a se organizar para prestar apoio ao Estado Islâmico com treinamento em território brasileiro. O processo tramita em segredo de Justiça para assegurar a obtenção de mais provas. Portanto, não serão divulgados nomes e informações dos detidos. Sabe-se apenas que há um menor apreendido entre os detidos.
Os detidos serão transferidos para uma prisão federal - o local é mantido em segredo. Um dos presídios federais está no Paraná, no município de Catanduvas.
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