O Engenhão, estádio que vai receber disputas de atletismo e futebol na Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, amanheceu nesta segunda-feira com os portões fechadas para os operários da obra de reforço estrutural da cobertura.
O Botafogo, concessionário da arena na zona norte da capital fluminense, tomou a medida para cobrar dívidas que alega ter a receber da Prefeitura do Rio e de empresas que construíram o estádio para os Jogos Pan-Americanos de 2007.
O Engenhão precisou ficar fechado por 23 meses, entre março de 2013 e fevereiro deste ano, devido a um problema estrutural na cobertura, e foi reaberto parcialmente ainda com obras em andamento.
O clube carioca afirma que teve uma forte perda de receita com o fechamento da arena e ainda foi obrigado a arcar com custos operacionais como água, luz e segurança durante o período de fechamento, que seriam de competência da prefeitura e das construtoras.
A dívida cobrada pela Botafogo é de 3,5 milhões de reais, de acordo com o presidente do clube, Carlos Eduardo Pereira.
“Não somos contra o diálogo, mas chegamos a um ponto que tínhamos que pensar na saúde financeira do Botafogo”, disse Pereira a repórteres. “Não temos condições de bancar esses custos na situação em que se encontra o clube”.
O Botafogo atualmente disputa a Série B do Campeonato Brasileiro e enfrenta problemas financeiros.
A conclusão da obra de reforço estrutural da cobertura do estádio estava prevista para até o fim do próximo mês, mas deve atrasar. Além disso, o estádio ainda será submetido a uma outra reforma para ampliação de capacidade, de forma temporária, para os Jogos Olímpicos.
Procurada, a Prefeitura do Rio não tinha um posicionamento de imediato sobre a decisão do Botafogo de fechar os portões do estádio.