Organizada combinou ação pela internet
Torcedores do Coritiba usaram a internet para combinar a invasão de campo no Estádio Couto Pereira, no domingo, segundo a Polícia Civil do Paraná. Dezoito pessoas ficaram feridas em confronto após a partida com o Fluminense, que marcou o rebaixamento da equipe para a Série B.
Vistoria
FPF aponta fosso como facilitador da invasão
Angelo Binder
Via de acesso da arquibancada ao gramado na confusão de domingo, o fosso do Couto Pereira foi condenado em vistoria feita ontem. A conclusão preliminar do engenheiro civil Reginaldo Cordeiro, representante do Federação Paranaense de Futebol (FPF) na inspeção, é de que a estrutura facilitou a invasão generalizada de campo após a partida de domingo. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária também participaram da verficação. Seus laudos, porém, serão entregues nos próximos dias.
"Passei a trena e pude concluir que o fosso tem 3,25 m de largura e 2,65 m de altura, em média. Imagino que alguns tenham se atirado lá para dentro do fosso e tenham servido de escada para que outros entrassem no gramado", disse Cordeiro.
Segundo ele, um das soluções seria a colocação de cercas pontiagudas para dificultar o acesso ao campo.
"Existia uma cerca verde ali, mas não sei por que o clube resolveu tirá-la. Isso inibiria a invasão de campo, sem dúvida", acredita Cordeiro.
Além do problema do fosso, no relatório do engenheiro da FPF serão registrados outros estragos causados pelos vândalos. Cadeiras e sanitários foram os principais alvo dos invasores. "Acho que uns 20% das cadeiras inferiores da reta da Mauá foram totalmente destruídos no episódio", contabiliza.
O relatório final da vistoria deve ficar pronto nos próximos dias. Os apontamentos serão reunidos e finalizados pelo Crea para serem entregues ao Ministério Público, que cobrará providências.
A comitiva ainda fará vistorias nos outros estádios de Curitiba (Vila Capanema, Arena e Ecoestádio). "O que aconteceu no Couto vai aumentar as exigências nos demais estádios no quesito segurança. Não podemos descuidar disso", avisou Cordeiro.
A primeira chapa de oposição do Coritiba deverá vir da própria situação. Para buscar a reeleição, o presidente Jair Cirino assumiu a frente na formação de seu novo grupo de trabalho e fez uma limpa generalizada nos nomes que compõem as diretorias dos dois conselhos. Além de Cirino, nenhum outro membro da atual gestão deverá fazer parte da nova chapa.
Na reunião de terça-feira à noite, com o Conselho Consultivo (formado por cerca de 30 ex-presidentes mais 10 membros eleitos), o dirigente teria pedido um novo voto de confiança. Explicou os motivos que, na sua visão, levaram o clube à situação caótica basicamente, o fato de ele ter um cargo, mas, na prática, não poder exercê-lo plenamente.
Ainda teria afirmado que está mais experiente para a função e garantido que não levará consigo nem mesmo pessoas ligadas aos seus atuais diretores.
Os nove nomes do Conselho Administrativo e os cinco do Deliberativo já estão praticamente fechados. Deverão ser anunciados apenas no domingo o prazo para inscrição para o pleito do dia 21 termina na quarta-feira, às 18 horas. Por enquanto, as duas únicas certezas são Cirino concorrente à cabeça do G9 e Júlio Militão à do Deliberativo ele já foi presidente da pasta no biênio 2006/07.
O argumento de Cirino para tentar convencer os membros do Consultivo a apoiá-lo foi o de que, na primeira gestão, não havia sido ele quem formou as mesas dos conselhos. Por isso não concentrava todos os poderes que, na teoria, deveria ter. A ideia, agora, será um mescla de juventude com experiência pendendo mais para a experiência, mas com total renovação.
Mesmo com tais promessas, as chances de bate-chapa são grandes. Correligionários do advogado Domingos Moro articulam a formação de outra chapa. Eles devem se reunir hoje e segunda-feira. O anúncio da participação no pleito sai na terça-feira.
Ontem, Cirino deveria ter ido ao Rio de Janeiro para conversar com dirigentes da CBF. A viagem foi adiada e, provavelmente, o presidente só deverá ir à capital fluminense para acompanhar o julgamento do Couto Pereira, na terça-feira.
Explosões em frente ao STF expõem deficiências da inteligência de segurança no Brasil
Barroso liga explosões no STF a atos de bolsonaristas e rechaça perdão pelo 8 de janeiro
Autor de explosões em Brasília anunciou atos nas redes sociais, se despediu e deixou recado à PF
Governo quer usar explosões para enterrar PL da anistia e avançar com regulação das redes
Deixe sua opinião