Feito da temporada
A irregular campanha no Brasileiro da Série B, que obrigará o Paraná Clube a permanecer pelo menos mais uma temporada longe da elite nacional, transformou a inauguração do Centro de Treinamentos de Quatro Barras no feito paranista na temporada 2009.
"É o melhor presente para a nação paranista, depois de um ano difícil que passamos com risco de rebaixamento à Série C", disse o presidente do Paraná, Aurival Correia, em entrevista à Gazeta do Povo Online.
A grande aposta da obra, orçada em R$ 6 milhões, é o prédio administrativo, com salas para dentistas, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, mais três piscinas para recuperação de atletas.
Existe ainda o refeitório, com capacidade para 72 pessoas e os dois edifícios habitacionais. O primeiro, para 72 atletas, com quartos para dois e quatro jogadores. "Queremos resgatar a fama do Paraná de clube revelador de grandes talentos, como era nos anos 90", avisou Correia, relembrando nomes como o de Ricardinho, pentacampeão com a seleção brasileira em 2002.
Como parte das festividades dos 19 anos de existência, comemorados nesta sexta-feira (19), o Paraná Clube inaugurou o Centro de Formação de Atleta Ninho da Gralha, em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba. Os 241 mil metros quadrados da nova sede paranista ficarão à disposição exclusivamente das categorias de base do clube.
Com a mudança, a Vila Olímpica do Boqueirão, antiga base das categorias inferiores, será o centro de treinamento do time profissional. Na prátrica, as alterações só vão ocorrer no mês de fevereiro de 2009. Até lá, o elenco principal deve permanecer instalado na Vila Capanema.
Eficiência e funcionalidade
Com a promessa de se tornar modelo de eficiência e funcionalidade, o Centro de Formação de Atletas Ninho da Gralha inicia uma nova rota na administração das categorias inferiores do clube. A essência do projeto, com a construção de uma estrutura preparada para formação do atleta, foi baseada em visitas e avaliações detalhadas de Centro de Treinamentos de outros times do país e do exterior. Até mesmo o CT do Caju, do rival Atlético, foi avaliado pela coordenação da base paranista.
"Desde julho de 2008, quando iniciamos o nosso trabalho, tiramos os pontos positivos de todos os locais visitados. O que havia de ruim neles, de acordo com a nossa avaliação, descartamos na hora de construir o nosso", explica o vice da base Marlo Litwinski.
Após o pente-fino, o Paraná optou por uma obra sem luxo, mas capaz proporcionar toda estrutura necessária para a formação do atleta. "Não teremos piso de mármore, teremos tudo que um jogador precisa na sua formação, que é alojamento, departamento médico e alimentação", disse, alfinetando o CT do Caju, do Atlético, considerado um dos mais luxuosos do país. Outro diferencial do Ninho da Gralha, apontado por Litwinski, é a exclusividade do local para a categoria de base.
O elenco profissional, como não acontece em outros clubes, não será sediado no CT. O time principal será transferido para a Vila Olímpica. "Queremos evitar a contaminação de jovens promessas. Não queremos que jogador seja iludido por carrões e correntes de ouro dos boleiros, isso estraga futuras promessas".
Portas fechadas para olheiros e empresários
O investimento do Ninho da Gralha, orçado inicialmente na casa dos R$ 4 milhões, será custeado pela Base, empresa que terá o direito em metade de todas as transações envolvendo jogadores revelados pelo Paraná Clube nos próximos 12 anos, não dará brechas para que empresários e olheiros tenham espaço no CT paranista. "Teremos as portas fechadas para esses agentes. Vamos revelar jogadores para o Paraná Clube, atletas que possam jogar por muito tempo aqui", avisa o coordenador.
"Temos também o compromisso de respeitar o termo do Ministério Público do Trabalho." Em novembro, o MPT-PR apresentou aos clubes da capital paranaense o Termo de Ajustamento de Conduta, documento que irá cobrar o cumprimento do texto da Lei Pelé, referente às categorias de base, e do Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca). Um dos quesitos do termo, é que o atleta da base tenha freqüência garantida na escola. "Queremos formar o cidadão, pois nem todos serão craques no futuro. E mesmo os craques precisam de uma educação sólida", lembra Litwinski.
Sonho Antigo
A antiga sede campestre do Água Verde um dos clubes da árvore genealógica do Paraná , inaugurada na década de 60, deve ser o núcleo para a formação de craques para negócios futuros e revelar atletas para o elenco profissional. Por se tratar de um espaço em desuso, a antiga sede campestre de Quatro Barras tinha sempre o nome lembrado como solução para sanar dívidas do clube. Em 2004, no início da gestão de José Carlos de Miranda, a sede esteve para ser penhorada. Mas, a diretoria conseguiu manter o patrimônio.
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E você, torcedor paranista, acredita que o Tricolor pode "criar" novos talentos e segurá-los para jogar no time profissional do clube? Comente!