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Paulo Henrique, do Paraná, leva as mãos à cabeça em lance no qual a arbitragem anulou seu gol: time não consegue embalar no Estadual | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Paulo Henrique, do Paraná, leva as mãos à cabeça em lance no qual a arbitragem anulou seu gol: time não consegue embalar no Estadual| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A derrota do Paraná por 3 a 1 para o J.Malucelli, na noite desta quinta-feira (12), na Vila Capanema, foi acompanhada do início ao fim por protestos dos torcedores, inconformados com a enorme crise financeira pela qual o clube passa.

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Ainda no intervalo, com o placar fechado, a organizada Fúria Independente já questionava a plenos pulmões: "diretoria, faz o favor, cadê o dinheiro para pagar o jogador?" Não faltaram também os tradicionais gritos de "vergonha".

O resultado negativo só incentivou mais cobranças. Os gritos de ordem reverberaram pelo estádio, misturado às vaias. Uma parcela dos 1.764 pagantes optou pelo caminho inverso, aplaudindo atletas e funcionários que sofrem com os meses de inadimplência tricolor.

O ápice da noite tensa foi o encontro da insatisfação de dentro de campo com a das arquibancadas. Substituído no segundo tempo, o volante Ricardo Conceição foi até o alambrado e discutiu asperamente com o ex-dirigente paranista Ricardo Machado Lima, que deixou o clube em 2008. Chegou inclusive a chamá-lo para a briga. Teve de ser contido e retirado dali por companheiros.

"Eu pedi para ele ir embora. Ele estava se escondendo do jogo. O torcedor tem direito de falar o que quiser, desde que não ofenda", admitiu o agora torcedor envolvido no bate-boca.

"Não foi com a torcida [a discussão]. Foi com uma pessoa específica", contemporizou o técnico Luciano Gusso, tentando restaurar um pouco de paz na Vila, principalmente na relação com os torcedores.

"Pelo momento, pela dificuldade, é normal que um atleta extravase de forma diferente", acrescentou o treinador, admitindo que a crise financeira pesou dentro de campo. "Não é desculpa, mas é claro que o emocional acaba afetando o rendimento."

Entre os protestos da torcida, chamou atenção uma faixa no alambrado da Reta do Relógio, onde era possível ler a frase: "Honestidade e paranismo não bastam. Gestão profissional já!".

O protesto é criação dos estudantes Flavio Foltran, de 21 anos, e Cintia Klas, de 19. "Depois que escutamos a declaração do [gerente de futebol] Marcus Vinícius [no domingo], nós pensamos o que podia ser feito. Entramos em contato com amigos e decidimos fazer a faixa" , disse Foltran.

"O Paraná vem de muitas más gestões e a torcida não merece isso. É importante ajudarmos, mas eu acho que se a gestão não mudar, não vai adiantar", concordou Cintia.

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