Vice de finanças paranista, Celso Bittencourt acredita que, com novos parceiros, time terá condição de voltar à Série A| Foto: Marco Andre Lima/Gazeta do Povo

Marketing

Dirigente vê cenário muito favorável

O momento do Paraná em campo é sabidamente abaixo da média. E muito disso é reflexo da falta de recursos para montar um time de qualidade. O primeiro respiro foi a parceria com a Spaipa, que vai estampar a marca da Coca-Cola nas dependências da Vila Capanema, assim como melhorar a fachada do estádio.

O vice-presidente de marketing do Tricolor, Vladimir Carvalho, conta que não está poupando esforços para que, em breve, novos recursos vindos de patrocinadores apontem no clube. "Temos um projeto comercial bem avançado de um patrocínio [de camisa]. E temos mais outros dois potenciais investidores, mas que ainda não estão tão sólidos", explica, sem citar os nomes das empresas.

Ainda de acordo com ele, a estratégia é explorar as sedes do clube, além de fidelizar o torcedor. Para isso, foi feito um levantamento do teto máximo de faturamento que as "casas tricolores" podem proporcionar (número mantido em sigilo). No lado do torcedor, a promessa é melhorar o estádio e aumentar a oferta de produtos do Tricolor. "O Paraná está superando as dificuldades por conta da sua força. Ainda existem obstáculos, mas o cenário é muito favorável."

Gustavo Ribeiro, especial para a Gazeta do Povo

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Os dirigentes do Paraná já deixaram clara a prioridade para o começo da temporada: ajustar a área financeira. Para isso ocorrer, o Tricolor resolveu apostar em um elenco barato e "sacrificar" o Estadual. O investimento em um time mais forte deveria ficar para a disputa da Série B. Porém, o péssimo desempenho no regional – o time é o lanterna com apenas dois pontos – exigiu uma mudança de planos. "Com os reforços que estão vindo, eu acho que a gente consegue reverter a situação, porque seria uma catástrofe cair para a segunda divisão no Pa­­ra­­na­­ense", diz Celso Bitten­court, vice de finanças do clube.

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Do grupo de jogadores de baixo custo, apresentados du­­rante a pré-temporada, oito já foram dispensados. Em compensação, seis novos atletas chegaram à Vila Capanema na semana passada. O comando técnico também mudou: Ro­­berto Cavalo deu lugar a Ri­­cardo Pinto que, no banco de reservas, viu o time conquistar a primeira vitória no ano apenas na quarta-feira passada – 3 a 0 sobre o modesto Gurupi (TO).

Além do prejuízo à imagem do clube, um eventual rebaixamento faria com que o Paraná perdesse a cota paga pelos direitos de transmissão do Parana­­ense, algo em torno de R$ 700 mil, e ainda estaria sujeito a um conflito de calendário, já que, atualmente, a Segunda Divisão no estado ocorre simultaneamente com as disputas das Séries A e B do Brasileiro. "Foi feito um planejamento para iniciar o ano mais pé no chão. Acabou dando um resultado ruim e o clube teve que se movimentar, antecipar contratações", conta o dirigente.

O custo do elenco foi cortado pela metade em comparação com os gastos do começo de 2010, segundo o dirigente. Bit­­tencourt não se diz arrependido com a diminuição feita na folha de pagamento, já que, para ele, o corte era necessário para evitar situações desconfortáveis como a ameaça de greve de jogadores, registrada no clube nos últimos dois anos. "O projeto foi realista. A própria mídia cobrava. Pena que os resultados foram muito aquém do que se imaginava", afirma.

O vice-presidente de finanças estima que, com uma captação de R$ 3 milhões ao longo da temporada, o clube conseguirá equilibrar o orçamento. "Não existe um piso, uma porcentagem certa, mas a folha de pagamento vai aumentar com certeza. Com a conquista de novos patrocínios, boa parte do investimento será destinada ao futebol. Sabemos da importância que o acesso [à Primeira Divisão] representa".