As declarações recentes do gerente de futebol do Paraná, Marcus Vinícius, sobre a inadimplência dos salários de atletas e funcionários do clube, alteraram as diretrizes elementares da Associação Patronos da Gralha Azul. Inicialmente, a entidade civil sem fins lucrativos não utilizaria seu fundo de doações para intervir no pagamento de ordenados atrasados no clube.
Motivada pelo choro e pelo desabafo melancólico do gerente, porém, a Patronos lançou, na última quinta-feira (12), campanha exclusiva de arrecadação financeira para pagamentos de salários de jogadores e funcionários cujos vencimentos não ultrapassem dois salários mínimos.
Para executar a boa ação, contudo, o presidente da associação, Fernando Geraldi, revela uma manobra de engenharia financeira. Sob risco de serem bloqueadas ao passar pelos cofres paranistas, as verbas coletadas serão transferidas diretamente para a conta dos funcionários. Apesar disso, ao receberem o dinheiro, os trabalhadores assinarão o holerite e o recibo de pagamento do Paraná.
"A gente vai pagar diretamente ao funcionário. A segurança que arrumamos é de que, quando pagarmos a pessoa, ela vai ter de assinar. O código civil permite que você pague dívida de terceiros. Pagamos o funcionário diretamente e ele assina o recibo de quitação", elucida Fernando Geraldi.
"Claro que ele poderá, no futuro, cobrar na justiça as multas em relação ao atraso, mas não em relação a este valor principal recebido", complementa o torcedor, que resume o motivo do sacrifício do grupo. "Estamos tentando devolver agora a felicidade que tivemos nos anos 90. Meus primeiros porres foram nessa época", recorda, com esperança de reviver os tempos de glória novamente.
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