Entrevista
Foto: Antonio More/ Gazeta do PovoRiva Carli, preparador físico do Atlético
Você trabalhou no São Paulo até o meio deste ano. Como encara a partida de hoje?
Foi um fato interessante que veio na minha mente quando eu estava no São Paulo. Seria uma situação meio constrangedora [enfrentar o Atlético na Arena], pelo tempo que eu trabalhei aqui. Mas por força do destino eu voltei às origens e estou desse lado.
Então o duelo de hoje não vai ser constrangedor?
Com certeza não. Estaria constrangido se estivesse no São Paulo.
Passou alguma informação do São Paulo para o Antônio Lopes?
Eu conversei bastante com o Lopes e passei o perfil de cada jogador do São Paulo. Eu sei o procedimento de cada um dentro de campo, a forma de trabalho.
E no que mais pode ajudar?
Sei da maneira do São Paulo jogar, da capacidade de posse de bola que eles têm e muitas outras coisas. Vamos tentar explorar os pontos fracos e neutralizar os pontos fortes.
Virou espião atleticano?
Não sou espião, sou [delator] declarado. Não existe nada que tenha de se esconder. O que pudermos fazer para derrotar o São Paulo, vamos fazer.
Pelas suas contas, o que time precisa fazer para se livrar do rebaixamento?
Três vitórias, mas estes dois próximos jogos são fundamentais. Serão eles que darão o passaporte para escaparmos, principalmente porque contra o Cruzeiro [domingo] é confronto direto. (RM)
O drama do Atlético neste Brasileiro terá mais um capítulo hoje, às 20h30, na Arena. Restando quatro jogos para o fim do campeonato, o Furacão precisa vencer o São Paulo para chegar em boas condições ao confronto direto de domingo com o Cruzeiro, em Sete Lagoas.
O Rubro-Negro tem de fazer valer o mando de campo nesta noite para, na pior das hipóteses uma vitória da Raposa sobre o Avaí, em Florianópolis se manter a três pontos do time mineiro, o primeiro fora da zona de risco. Desta forma, vencendo no fim de semana, igualaria a pontuação do adversário, ficando apenas com um triunfo a menos. Caso o Cruzeiro tropece em Santa Catarina, os três pontos de hoje deixariam o Atlético em condições de ultrapassá-lo com uma vitória.
"Amanhã [hoje] é decisivo, temos de vencer", avisa o goleiro Renan Rocha. "Senão contra o Cruzeiro vai ficar mais complicado ainda. Teríamos de buscar as três vitórias nos últimos três jogos", completa o arqueiro, usando a conta do técnico Antônio Lopes, de que nove pontos são suficientes para livrar o clube da degola. Para o matemático Tristão Garcia, o Atlético precisa de dez pontos.
Do outro lado, porém, estará um São Paulo ainda na briga por vaga na Libertadores. E com "inimigos íntimos" como zagueiro Rhodolfo, oito anos de Furacão, entre base e profissional. "É um jogador excepcional. Só lamento ele jogar contra a gente", diz o técnico Antônio Lopes, lembrando da qualidade do defensor no jogo aéreo. "Temos de nos preocupar com ele para que não possa fazer gols nas bolas paradas", avisa.
Adversário pela primeira vez não jogou no confronto do primeiro turno , Rhodolfo admite que será uma "sensação diferente" entrar na Arena pelo vestiário do time visitante. "Sei que o Atlético precisa de vitórias. Torço para que consiga escapar dessa situação, mas espero que não vença amanhã [hoje]", afirma o agora são-paulino, que sonha em disputar o famoso torneio continental.
Mesmo depois de ver atletas serem hostilizados quando voltaram para jogar na Baixada, como o atacante Dagoberto, que hoje estará no banco de reservas tricolor, o zagueiro espera ter uma recepção diferente. "Saí de bem, nunca fiz polêmica, nunca arranjei confusão. Espero ser bem recebido, mesmo sabendo da rixa que sempre existe entre Atlético e São Paulo", diz Rhodolfo.
Dentro de campo, o Atlético terá o retorno de Manoel, recuperado de lesão na coxa, e Marcelo Oliveira, que não jogou contra o Corinthians por força contratual. Wagner Diniz e Cléber Santana, emprestados pelo São Paulo, pelo mesmo motivo, ficam de fora.
Ao vivo
Atlético x São Paulo, às 20h30, no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes).
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