Nelson Haedo, do Paraguai, usa o braço para cortar o cruzamento| Foto: Antônio Scorza / AFP

Decisão

Uruguai repete tática da Copa

O Uruguai chegou à Copa América credenciado como favorito, ao lado do Brasil e da anfitriã Argentina. Da mesma forma que os vizinhos, porém, empatou seus dois primeiros jogos e precisou de uma suada vitória sobre o México na terceira rodada do grupo C para avançar. A partir dali, algo mudou no time de Diego Forlán e Luis Suárez, que em seguida derrubou os donos da casa – enquanto a seleção brasileira também caía – e o Peru para chegar à decisão de domingo.

"A mentalidade segue sendo a mesma de antes do Mundial [de 2010]. Aqui foram partidas muito equilibradas, sem tempo para descansar. Mas a equipe se deu conta da situação, de que poderia dar um pouco mais, e foi o que aconteceu", conta Suárez, autor dos dois gols da vitória de terça-feira sobre o Peru, em La Plata, que o igualaram ao argentino Sergio Agüero na artilharia do torneio com três bolas na rede.

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O paraguaio Justo Villar tem tudo para ser eleito o melhor goleiro da Copa América. Mas há outro título que ninguém tirará dele, talvez ainda mais importante: o de jogador mais sortudo da competição. Contra o Brasil, nas quartas de final, em La Plata, além das ótimas defesas, havia tomado uma bola na trave e sido salvo pela zaga duas vezes em cima da linha. Ontem, diante da Venezuela, em Mendoza, foram mais três finalizações na trave guarani.

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Com seu gol encantado, bastou ao Paraguai empatar pela quinta vez no torneio (0 a 0) – ou seja, todos os jogos disputados na Argentina – para levar mais uma decisão aos pênaltis (vencido por 5 a 3) e conseguir a vaga na decisão de domingo contra o Uruguai, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires.

Desta vez os paraguaios até tentaram atacar o adversário, algo que não havia ocorrido em nenhum momento contra a seleção brasileira. Mas, após começar melhor, aos poucos foram vendo a Venezuela tomar o domínio do jogo. Em toda a partida, mais uma vez os guaranis não criaram chances de gol. Nem precisaram. Afinal, a sorte de Villar resolveria mais uma vez.

O primeiro gol sofrido por ele em dois jogos com prorrogação e disputa por pênaltis foi apenas na primeira penalidade batida pela Vinotinto, através de Maldonado. Mas, mesmo que os venezuelanos não tenham feito o favor de errar todas as cobranças, como os brasileiros – Rey e Fedor também converteram –, bastou Villar pegar o chute de Lucena. Seus companheiros acertaram todos os pênaltis e a equipe venceu por 5 a 4 quando Verón mandou a última bola na rede.

Após eliminar o Brasil, o discurso foi de que o time não jogou bem e teria de melhorar muito na próxima partida. Agora classificados para a decisão, os paraguaios deixaram a expectativa de melhorar de lado. A intenção passa a ser jogar como puder diante do time quarto colocado na última Copa do Mundo. Depois de dar certo duas vezes, nem será surpresa se jogarem para levar a decisão aos pênaltis. Pela primeira vez uma seleção seria campeã da Copa América empatando seis vezes.

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