Seis meses depois de gerar muito burburinho, a proposta para a construção de uma única Arena para Atlético Paranaense e Coritiba voltou a ser pauta para Mário Celso Petraglia, ex-presidente do Furacão. O dirigente usou o site "Cap4Ever", o qual defende as ideias do "petraglismo", para dar mais detalhes a respeito do projeto, o qual poderia ser a "salvação" para o futebol paranaense. Mais do que um estádio, Petraglia defende um complexo a ser compartilhado pelos dois clubes e pela cidade de Curitiba.
"Estou convencido que este (união entre a dupla Atletiba) é o caminho, a nossa oportunidade única e derradeira para se fazer algo que nos possibilite dar o salto de qualidade, assinar a nossa carta de alforria e conquistarmos um espaço definitivo no cenário do futebol nacional", afirma Petraglia, em declarações reproduzidas pelo site. O ex-presidente atleticano foi procurado, via e-mail, para conversar com a Gazeta do Povo, mas o dirigente impôs condições para falar e a entrevista não saiu.
Embora existam planos para o Coritiba revitalizar ou até erguer um novo Couto Pereira, o ex-madatário rubro-negro garante que a cidade não comporta dois grandes e modernos estádios. "Não há necessidade disso. Muito pelo contrário. A utilização de dois clubes traz melhor e maiores condições de viabilidade. Um clube utiliza no máximo 35 datas por ano para mando de suas partidas de futebol, somando todas as competições de que participa, no calendário estadual e nacional", avalia.
Na maior parte do material divulgado, Petraglia apresenta praticamente todo o projeto já conhecida para a conclusão da Arena da Baixada, inclusive com a "Areninha", ginásio poliesportivo que o Furacão planeja construir em um segundo momento, depois da Copa do Mundo de 2014. Como da primeira vez em que falou sobre o assunto, a visão do ex-presidente do Atlético divide opiniões. No clube que ajudou a reconstruir a partir de 1995, quando assumiu o comando, o assunto é tratado sem grande importância.
"Ele está externando as idéias dele, mas nada disso reflete o projeto do Atlético neste momento. A história da Areninha não é nova também. Devemos respeitar apenas por serem as ideias do Mário. Acho pouco provável que uma Arena para Atlético e Coritiba chegue a existir um dia. Se fosse um estádio público, como Mineirão, Maracanã ou Serra Dourada, até seria possível, mas com duas áreas particulares é complicado", analisou o vice-presidente do Rubro-Negro, Ênio Fornéa.
Do lado coxa-branca o pensamento é parecido, embora os dirigentes máximos do clube encarem a ideia de Petraglia como "excelente". "É muito inteligente, é um embrião de uma ideia maravilhosa. Eu como empresário compraria e seria parceiro, no G-9 sei que somos simpáticos a uma Arena Atletiba, porém seria difícil as torcidas aceitarem. Imagine que a nossa nem na Vila Capanema quer ir, imagine no campo do Atlético. Talvez conversando, fazendo um plebiscito...", divagou Ernesto Pedroso, membro do Conselho Administrativo coritibano.
O próprio Petraglia reconhece que o "fanatismo" dos torcedores é o principal entrave para a obra, a qual sairia do papel com R$ 250 milhões, segundo seus próprios levantamentos. "De todas as observações e julgamentos que tive de vários torcedores que consultei e troquei confidências, o único senão, o único argumento contrário baseia-se sempre no fanatismo, que o futebol os domina e não os deixa pensar de forma racional", comentou.
O que parece mais realista é que a Areninha pode vir a receber recursos do governo federal e municipal, além da iniciativa privada, para que Curitiba tenha finalmente um grande ginásio. "Estamos estudando áreas, visitando outras arenas no Brasil, e procurando parcerias público-privadas. Estamos viabilizando a obra, não falamos em prazo, mas esperamos tirar do papel ainda na gestão do prefeito Beto Richa", afirmou o secretário de Esporte e Lazer da cidade, Rudimar Fedrigo.
Curioso para acompanhar detalhes do projeto apresentado por Petraglia? Clique aqui e confira.
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