Mano analisa derrota
"Ontem [domingo] sem dúvida fizemos a nossa melhor apresentação na Copa América. Não podemos achar que está tudo errado."
"Não entendo que faltou controle emocional [nos pênaltis]. Houve um agravante, o local estava em péssimas condições. Mas falhamos. Não podemos esconder. Errar quatro não tem justificativa."
"O Brasil não vai chegar a 2014 cambaleando, vai chegar firme. Se eu não tiver condições de chegar firme, vou dizer."
"Me parece que trocar [de técnico] não resolve o problema."
"[O torcedor] quer ver a seleção jogando bem, oferecendo o futebol que de novo aproxime aquele sentimento de amor por ela. Vamos atrás disso."
"As decisões que serão tomadas não levarão em conta jogador que perdeu pênalti, cometeu falha ou não esteve tão bem. Temos de tomar cuidado para não sermos injustos."
"O Uruguai não vai jogar como o Brasil, e o Brasil não vai jogar como o Uruguai. Não dá para simplificar tanto, dizendo que se perdeu, faltou determinação, vontade; se ganhou, sobrou."
"Queremos adversários fortes [nos amistosos], mesmo com esse risco do resultado, que sempre cria uma pressãozinha externa."
"[O Ganso] é maduro taticamente, tem uma capacidade de leitura de jogo muito boa. Talvez precise melhorar um pouco a dinâmica, porque joga num setor de marcação muito dura."
"A convocação do dia 25 [amistoso com a Alemanha] vai respeitar algumas questões da Copa América, pois ficamos com os jogadores 35 dias."
Favorito, uruguaios colocam o prestígio em jogo contra o Peru
Embora tenha tido o melhor desempenho na última Copa do Mundo entre os sul-americanos quando alcançou as semifinais o Uruguai vinha na cola de Argentina e Brasil na disputa pelo título de melhor seleção do continente. Com a dupla precocemente eliminada, nas quartas de final, a Celeste passa a reviver os dias de favorito.
Em apenas uma semana, o técnico Mano Menezes sentará novamente na bancada com o símbolo da CBF que ocupou ontem pela última vez na Argentina, em suas explicações derradeiras para o fracasso na Copa América. Na segunda-feira, fará a convocação da seleção brasileira para o amistoso do dia 10 de agosto com a Alemanha, em Stuttgart.
Bancado pelo mandachuva da CBF, Ricardo Teixeira, logo após a derrota nos pênaltis para o Paraguai, domingo, pelas quartas de final, ele prometeu que "o Brasil não vai chegar a 2014 cambaleando". "Se eu não tiver condições de chegar firme, vou dizer", discursou, sobre o objetivo principal do trabalho iniciado há um ano: a Copa do Mundo no Brasil.
Com ele mantido no cargo, as próximas convocações não terão muitas novidades. Apesar de dizer que a Copa América foi boa para observações, Mano assegurou que terá toda a cautela para não queimar quem não foi bem ou errou em momentos cruciais como as quatro cobranças de pênaltis desperdiçadas contra os paraguaios, que viraram piada na imprensa internacional e na internet.
"As decisões não levarão em conta jogador que perdeu pênalti, cometeu falha ou não esteve tão bem devido a circunstâncias especiais. Temos de tomar cuidado para não sermos injustos", falou.
O atacante Neymar, por exemplo, passou longe das expectativas colocadas sobre ele. Aos 19 anos, pelo menos diz ter ganhado maturidade em sua primeira competição pela seleção. "Deu para aproveitar muita coisa aqui, ganhei um pouco mais de experiência. Foi ruim por não ter vencido, mas aprendi muito", disse o jogador ao deixar ontem o hotel que serviu como concentração para a equipe durante quase um mês.
Desde que não veja sua transferência para a Europa concretizada, o santista é um dos que poderá estar em campo nos cinco jogos da seleção até o fim do ano. Após enfrentar a Alemanha, o time de Mano terá dois duelos com a Argentina, na reedição da Copa Roca apenas com jogadores do futebol nacional. Em seguida, há amistosos marcados com Itália e Espanha.
Entre os que atuam na Europa, continuarão nas listas jogadores longe de serem unanimidades, mas de confiança do treinador, como o lateral-esquerdo André Santos e o volante Lucas Leiva. "Fico triste pela seleção, mas feliz por eu ter jogado bem. Mas também não adianta jogar bem e não vencer", afirmou André Santos, analisando o próprio desempenho na Copa América de forma positiva outra coisa longe de ser unanimidade.
Neymar e André Santos faziam parte do grupo que deixou o hotel por volta de meio-dia e atendeu a imprensa. Uma outra turma havia saído por volta das 7 horas, sem dar entrevistas. O goleiro Júlio César e o volante Elano, inclusive, deixaram claro não terem gostado de ver jornalistas por ali. Os outros que madrugaram foram Maicon, Thiago Silva, David Luiz, Luisão, Elias, Fred, Pato e Robinho.
Há a tendência da inclusão aos poucos no grupo de jogadores com idade para disputar a Olimpíada de Londres que terão de ter menos de 23 anos em 2012. "Com o cuidado de direcionar para alguns adversários. Se coloca na hora errada, contra o adversário errado, acaba não aproveitando", contou o treinador. Da equipe que esteve na Argentina, estão dentro do limite de idade os atacantes Neymar, Alexandre Pato e Lucas Silva, o meia Ganso e o volante Sandro.