O curitibano Alexandre Camargo, de apenas 15 anos, é forte candidato a ser o mais jovem brasileiro na Olimpíada do Rio, em 2016. Com um plano de carreira definido, intercâmbio agendado na Europa e resultados surpreendentes, o esgrimista não vê o objetivo como façanha.
Em apenas três anos de competições, a promessa conquistou dezenas de medalhas, e chegou ao topo da carreira em outubro deste ano, ao conquistar o título de campeão brasileiro de espada. Na ocasião, venceu um atleta com quase o dobro de sua idade, o experiente esgrimista curitibano Athos Schwantes, de 29 anos, representante do país nos Jogos de Londres, em 2012.
"A esgrima é complicada, e trabalha muito o lado psicológico. Quando cheguei na final contra o Athos, encarei da mesma maneira que outros adversários, sem pensar nele especificamente", conta Alexandre, ressaltando que o fato de treinarem juntos na Academia Mestre Kato, em Curitiba, deu ainda mais tranquilidade para o confronto.
A ascensão dentro das competições é definida pelo atleta como rápida, mas bem traçada. "Logo aos 12 anos, quando comecei a competir na categoria infantil, conquistei meus primeiros títulos e não parei mais. Hoje estou na categoria pré-cadete, mas já tenho bastante experiência, com boas colocações em sul-americanos, pan-americanos e no mundial", conta ele, o terceiro colocado no ranking nacional, que é liderado justamente por Athos.
Após a consagração nacional, Alexandre disputou o Campeonato Paranaense de Esgrima no início de novembro nas três categorias, cadete, juvenil e adulto, e conquistou o primeiro lugar nas três, confirmando a sua boa fase. "Mesmo conseguindo bons resultados no juvenil e no adulto, preciso focar na minha categoria. Em 2015, mudo para cadete. Sou muito novo ainda, então tenho de ter o pé no chão para então ir crescendo aos poucos".
É com essa maturidade que o jovem encara as derrotas e decepções naturais na trajetória de todo atleta. No início do ano, Alexandre foi eliminado em um torneio nacional e perdeu a chance de conquistar uma vaga nos Jogos Olímpicos da Juventude, na China, em agosto.
"Foi complicado, eu queria muito aquela vaga. Mas eu não desanimei e logo voltei a treinar forte e consegui ganhar o brasileiro. Agora vou me focar ainda mais para conseguir boas colocações nos torneios do ano que vem".
O calendário de competições de 2014 já acabou, e Alexandre não para. Em dezembro, o jovem desembarca em Roma, para uma temporada de treinos com Athos e outros atletas internacionais. "A diferença de nível é bastante grande, lá encontrarei muitos atletas, com os mais variados estilos e técnicas, o que vai me dar muita experiência e volume de combates. Assim, no início do ano que vem já estarei em um ritmo forte para buscar bons resultados".
Com os treinamentos voltados às competições de 2015, Alexandre pretende medir a distância que se encontra do sonho olímpico. "Ainda estou descobrindo como estou nas competições, em algumas vou muito bem, em outras nem tanto. Acredito que tenho chances de chegar aos Jogos do Rio, e isto já seria incrível".
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