O técnico Rubén Magnano não escondeu o descontentamento pelo histórico vexame da seleção brasileira masculina de basquete, eliminada ainda na primeira fase da Copa América da Venezuela ao ser derrotada pela fraca Jamaica na última terça-feira, por 78 a 76. O resultado deixa a equipe fora da briga por uma vaga no Mundial da Espanha, no ano que vem. Irritado, o treinador não fugiu da responsabilidade pelo fiasco, mas também culpou os diversos jogadores que pediram dispensa e, mais uma vez, deixaram o time bastante desfalcado.
"O primeiro responsável por isso sou eu, mas também tem os jogadores que deveriam estar aqui e não estiveram. Havia alguns jogadores que eu pensei que estariam, mas não vieram. Não falarei em nomes, não perderei meu tempo com isso, mas nos deixaram na mão. Não quiseram representar o país. Por isso, tem que bater em mim e nesses caras", disse o treinador.
Lucas Bebê, Vitor Faverani, Tiago Splitter, Anderson Varejão, Marquinhos, Leandrinho e Nenê foram os jogadores que pediram dispensa da seleção. Com isso, e os desfalques de Augusto Lima e Paulão, por lesão, o time brasileiro foi bastante enfraquecido à Venezuela e fez a pior campanha de sua história, com derrotas para Porto Rico e para as frágeis equipes de Canadá, Uruguai e Jamaica. O fiasco veio apenas um ano após a seleção voltar a disputar uma Olimpíada, em Londres, depois de 16 anos de ausência.
"Foi um jogo difícil, onde não conseguimos o nosso objetivo. Estou muito triste e decepcionado. É um sentimento que contrasta com a honra que tive em ajudar o Brasil a voltar a disputar as Olimpíadas de Londres. Estou vivendo uma experiência que nunca vivi na minha vida. Sempre vim para brigar por titulo, lutar por playoff. É um passo atrás estar fora de uma competição como o Mundial", disse Magnano.
Nem os mais experientes jogadores do grupo, como o ala Alex, conseguiram disfarçar a consternação pelo resultado. "É difícil esse momento. Viemos para Caracas em busca da vaga para o Mundial da Espanha e do título da Copa América. Mas infelizmente não foi possível porque deu uma pane geral e psicologicamente o time foi se abatendo com as derrotas. É o pior momento da minha carreira na seleção brasileira, que vinha numa crescente desde a classificação para as Olimpíadas de Londres e o quinto lugar na competição", comentou.
Com a derrota para a Jamaica, a seleção brasileira deixa uma competição oficial sem conquistar nenhuma vitória pela primeira vez em sua história. Mesmo fora da briga por vaga, a equipe ainda pode ir para o Mundial da Espanha do ano que vem. Isso porque quatro dos 24 times que disputarão o torneio entrarão por convite da Federação Internacional de Basquete (Fiba).
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