Carro de Thiago Camilo foi atingido na parte traseira pelos carros de Felipe Fraga e Raphael Matos.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O grave acidente na etapa de Curitiba da Stock Car, no domingo (2), quase custou a vida do piloto Thiago Camilo. O corredor foi salvo de uma tragédia por um novo banco, mais moderno e resistente, implementado na categoria no final de 2012.

CARREGANDO :)

“Uma barra de ferro atravessou o meu carro e se chocou no banco. Rachou o banco. Não fosse isso, eu poderia não estar aqui para contar”, revelou Camilo, da equipe Ipiranga-RCM.

FOTOS: Veja as imagens do incrível acidente da Stock Car em Pinhais

Publicidade

O banco foi modelado por uma empresa norte-americana e construído em fibra de carbono. É uma estrutura grande fixada no chassi, que se molda ao corpo do piloto como se fosse uma concha, protegendo a parte lateral inclusive.

“Sem dúvida foi a peça mais importante no acidente em Curitiba, é muito resistente. Ajudou muito na segurança dos pilotos e no fato de eles terem saído praticamente sem lesão alguma”, comenta Zeca Giaffone, diretor da JL, empresa que produz os carros da Stock.

O que sobrou do carro de Thiago Camilo. 

A colisão impressionante ocorreu durante a nova volta. Thiago Camilo vinha em baixa velocidade, à direita da pista, quando foi atingido em cheio por Raphael Matos, da Schin Racing Team. Em seguida, Felipe Fraga, Voxx Racing, também bateu em Camilo em alta velocidade.

A corrida recebeu bandeira vermelha e ficou suspensa por cerca de 40 minutos até uma nova largada ser realizada. Marcos Gomes venceu a primeira prova e Sergio Jimenez a segunda.

Publicidade

“Podemos dizer que foi um super acidente, uma batida fortíssima, difícil termos algo do mesmo nível num choque traseiro e dianteiro. Mostra que o carro está ok em termos de segurança. Mas não podemos parar de evoluir”, alerta Giaffone.

A JL recebeu os carros atingidos e deve demorar 15 dias para desmonta-los completamente. A partir daí, a empresa fará uma análise completa sobre as consequências do acidente no Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais.

Apesar da gravidade, Camilo, Fraga e Matos não sofreram lesões sérias – os dois primeiros foram retirados da pista de ambulância e hospitalizados. O trio passou por uma bateria de exames.

“Estou me sentindo bem, apenas com o pé esquerdo inchado. Foi o acidente mais grave da minha carreira. Brigamos muito por segurança na categoria e o carro se mostrou forte”, afirma o paulista Camilo.

Publicidade

A Stock Car já registrou duas mortes de piloto, ambas na categoria light, antiga categoria de acesso à principal. Perderam a vida por causa de acidentes o paranaense Rafael Sperafico, em 2007, e o paulista Gustavo Sondermann, em 2011.

Para o ano que vem estão programadas novas alterações nos carros. O tanque de gasolina receberá um reforço, na tentativa de evitar explosões.

“Fizemos uma grande mudança em 2009 e estamos sempre estudando melhorias. O ponto fraco dos carros é a lateral. É difícil proteger a porta do piloto, algo que estamos procurando”, declara Zeca Giaffone.