A melhor história do Mundial de Kazan se apoia em 1,36 m e se expressa com timidez de menina. A barenita Alzain Tareq estreou nesta sexta-feira (7) na competição e registrou o pior tempo entre todas as participantes dos 50 m borboleta – foi a 64.ª. Seus 41s13 foram 15s70 piores do que a melhor nas eliminatórias, a sueca Sarah Sjostrom.
No caso dela, é justificável. Alzain tem apenas 10 anos, completados em abril. É a nadadora mais nova de toda história dos Mundiais. Mesmo com a lanterninha na classificação, foi a atleta mais assediada nesta manhã.
“Eu estou tão feliz”, disse a jovem, em bom inglês que era abafado pelo assombro com a quantidade de repórteres. “Estava nervosa quando entramos na piscina, mas depois me senti um pouco melhor”.
Ela contou que começou a nadar quando tinha apenas cinco anos e que “ficou impressionada com tudo” em Kazan. Menos com seu tempo.
“Não gostei da minha prova. Acho que posso fazer melhor. Meu objetivo é ir para os Jogos Olímpicos. Em Tóquio-2020, talvez. Eu tenho quatro ou cinco anos para conseguir”, previu. Se a carreira na piscina não vingar, quer tentar a vida como piloto.
Alzain nadará mais uma vez na Arena de Kazan. Neste sábado (8), o desafio é nos 50 m livre.
A xodó do Mundial confessou que tirou fotos com astros como a sueca Sjostrom, a australiana Cate Campbell, a norte-americana Missy Franklin e o sul-americano Chad le Clos. “Aqui é uma boa experiência. Eu amo os nadadores que estão aqui”.
Incrível é saber que a novata superou até mesmo a morte do antigo técnico, Khalifa Ali, neste ano. Eles trabalhavam juntos havia três anos. O pai de Alzain, Belal, afirmou que a filha ficou assustada no início do Mundial devido à atenção recebida. Porém, com o passar dos dias, o temor passou.
“Estou orgulhoso dela. Ela sonha ser uma das melhores do mundo, já até fala em disputar Jogos Olímpicos. Temos um plano para que ela participe de Tóquio, em 2020”, contou.
Caso antes já haja possibilidade de ir à Rio-2016, “será como um sonho”, em sua visão paternalista.
Alzain e outros três nadadores do Bahrein estão em Kazan a convite da Fina (Federação Internacional de Natação), porque, por tempo, ninguém teria condições de se qualificar. Isso não desanima nem ela nem o pai. Eles pensam em se mudar para outro país para aumentar a chance de evolução. A Grã-Bretanha é a principal opção, segundo Belal, uma vez que sua esposa é escocesa.
“Ela quer estar no alto nível. Tirou fotos com Sarah Sjostrom e Cate Campbell e disse: ‘olha, elas são meus ídolos, mas eu quero vencê-las no futuro’“, divertiu-se Belal.
“Nos primeiros dois ou três dias, ela que pedia para tirar fotos. Agora, todos têm vindo atrás dela”, disse.
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