Cinco meses depois de assumir o cargo de superintendente de Alto Rendimento da CBAt, Antonio Carlos Gomes tem seu primeiro grande compromisso: o Campeonato Mundial em Moscou. Mais do que metas, leva a torcida para os 32 brasileiros que competem na Rússia. Ex-atleta e ex-técnico do triplista Jadel Gregório, Gomes foi diretor técnico do Atlético na campanha do título brasileiro de 2001.
Quais as metas da CBAt para este Mundial? Qual é o plano de ação para a Olimpíada de 2016?
A nossa torcida é para que o Brasil chegue à maior quantidade de finais. Já para os Jogos de 2016, vamos estruturar um plano emergencial e atender de forma intensa os nossos atletas que estejam entre os vinte melhores do mundo em suas provas. Faltou iniciar a preparação das equipes com mais antecedência. Dados científicos mostram que precisamos de mais ou menos oito anos para preparar um atleta de alto rendimento.
O Brasil não terá mulheres nos 1.500 m, 5 mil m, 10 mil m, na marcha e na maratona. Entre os homens, dois maratonistas e um marchador disputam o Mundial. Por que tantas baixas?
Nos falta projeto, programas, prioridades. Precisamos imediatamente mudar esse panorama. Nossos atletas de destaque passaram e não tivemos outros para substituir pelo fato de não termos nos preocupado com a renovação.
O desempenho dos brasileiros em Londres (três finais, nenhum pódio) gerou a necessidade de mudanças?
Não digo que o resultado de Londres gerou a necessidade de mudar. A modalidade e a Confederação precisam mudar como qualquer empresa que quer resultados. Estamos falando de uma modalidade que disputa nos Jogos Olímpicos 141 medalhas. Temos um projeto que abrange o aumento da prática do atletismo nas categorias menores e isso só é possível nas escolas.
Você estudou na Rússia nos anos 80 e já comentou que o sistema deles de treino é mais eficaz. O que poderia ser usado no Brasil?
Nunca poderíamos implantar o mesmo em nosso país. Nossa cultura é muito diferente. Vamos buscar um sistema que nos atenda que, com certeza, tem de ser mais disciplinado. O nosso atleta é muito solto, muito à vontade. Precisamos de mais concentração e de mais trabalho.
Você já trabalhou no Atlético e teve experiência com jogadores de futebol. O que muda no tratamento com eles e com os atletas olímpicos?
Disputei competições no atletismo, fui atleta desta modalidade e fui treinador durante muitos anos antes de ir para o futebol. A diferença é grande entre as modalidades. Quando o caso é de esporte coletivo, como o futebol, a característica dos jogadores, da comissão é completamente diferente, afinal se não se pensar de forma coletiva não se chega ao resultado. No esporte individual, como é o atletismo, cada um pensa em si e se concentra para o resultado que exige a mobilização máxima do atleta no momento competitivo. Com qualquer falha se perdem anos de trabalho.
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