Ney Franco tem de sobra o que o Coritiba mais precisa no momento: tranquilidade. Nos quase dez meses em que acompanhei o técnico, cobrindo o Atlético, ele sempre manteve o tom. Mostrou confiança na luta contra o rebaixamento, em 2007, foi "pé no chão" no ano seguinte, na arrancada com recorde de vitórias no Paranaense.
Ao desembarcar no Couto Pereira, muito provavelmente, dirá: "agora a fala é tirar a equipe da zona de rebaixamento". Discurso que, em caso de recuperação, muda para "agora a fala é lutar por uma vaga à Libertadores". Não faz promessas arriscadas. Princípio válido também para dentro de campo: nada de formações ousadas.
É do tipo que gosta de proteger os atletas. Da imprensa, dos dirigentes, da torcida, a qualquer custo. Assume todas as críticas, evita qualquer comentário que possa incomodá-los. Vai além.
Quase literalmente, aposta nos boleiros. Implantou o "bicho antecipado" no Rubro-Negro. Os jogadores recebiam antes o prêmio por vitórias a serem consumadas. No início, funcionou. Depois, foi um dos motivos apontados pelo clube para a sua saída.
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