O futuro do Coritiba está negro. Tão obscuro que não se enxerga quase nada. Ao empatar com o Fluminense, por 1 a 1, no Couto Pereira, e ser rebaixado para a Segunda Divisão, mesmo o que ocorrerá daqui a poucos dias é uma incógnita. A segunda queda em um período de apenas quatro anos não tirou apenas o controle do torcedor, mas deixou o clube à deriva no fim do ano em que completou um centenário de história.Nos vestiários, nenhum membro do G9 (grupo gestor do clube) apareceu para justificar uma temporada em que se fez tanta festa, mas que acabou sem nada para ser comemorado. Apenas os funcionários do clube deram a cara para bater: o técnico Ney Franco e o diretor de futebol remunerado do clube, João Carlos Vialle.
"Esse é o momento que estou aqui mais em respeito a vocês. A posição oficial da diretoria deverá vir entre 24 e 72 horas", afirmou o dirigente, que também não sabe se permanecerá em 2010. "Já passei por isso em 2007 e sei como é difícil. Mas vamos trazer o Coritiba de volta outra vez. Só não sei se vou estar aqui, pois sou remunerado, mas estou à disposição."
Enquanto isso, o treinador tinha discurso semelhante: falando sobre tudo sem ter certeza de nada. "Não tem muita explicação a ser dada. Só pedir a compreensão e ao mesmo tempo desculpas ao torcedor", disse Ney, que tem contrato até 3 de maio de 2010 e está disposto a ficar. "Já me coloquei à disposição da diretoria. Vou aguardar. O clube tem muitas decisões para tomar, mas também não pode perder muito tempo no planejamento de 2010, que está todo atrasado."
Uma reunião esvaziada do Conselho Administrativo deverá ocorrer nos próximos três dias. Sem contar há algum tempo com Homero Halila e João Gualberto de Sá Scheffer, nos últimos dias o vice-presidente Marcos Hauer também está afastado do G9 por motivos de saúde.
A primeira decisão tomada deverá ser quem disputará a eleição da próxima segunda-feira. Se a princípio Jair Cirino deveria ser candidato único, depois do rebaixamento não se sabe nem mesmo se ele irá participar do pleito. Aumentam as possibilidades do aparecimento de novas chapas.
O certo é que, pela herança da atual gestão, quem for conduzir o Alviverde enfrentará muitas dificuldades. O Coxa terá de arranjar um estádio para boa parte do começo do ano, já que o Couto Pereira será interditado. E dinheiro. Com a queda, o Alviverde perde metade dos cerca de 12 milhões que recebe da cota de televisão. E terá de continuar pagando os empréstimos que foram feitos nos últimos dois anos. Para piorar, o patrocínio do Banco BMG. A logo da instituição será estampada na camisa do clube o ano inteiro. O pagamento por isso, contudo, veio adiantado e já foi gasto.
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