O jogo entre Atlético Paranaense e Grêmio, nesta quarta-feira, a partir das 21 horas, servirá como teste de segurança para a Copa do Mundo de 2014. A Prefeitura de Curitiba, por intermédio da Secretaria Antidrogas, irá desenvolver um projeto piloto de monitoramento e combate ao tráfico de drogas, que servirá como ponto de partida do plano de proteção da cidade para o Mundial.
Oito câmeras de alta resolução foram alugadas pelo Atlético e serão dispostas em pontos estratégicos do estádio para realizar o monitoramento de todos os torcedores presentes. O objetivo é identificar em possíveis tumultos os responsáveis por atos de violência nas dependências da Arena da Baixada. As imagens ficarão cadastradas para futura consulta do Ministério Público e das polícias Civil e Militar.
Após a partida, a secretaria fará o levantamento dos dados coletados e convocará uma reunião com o clube e o Comitê Executivo para Assuntos da Copa 2014.
"De posse dos dados, iremos debater e discutir que tipo de melhorias no monitoramento e controle do fluxo de pessoas poderão ser feitos. Em que lugares posicionar as câmeras e iniciar um cadastro de torcedores que praticam ou incentivam atos de violência. Como queremos que as famílias possam voltar aos estádios e prestigiar a Copa em Curitiba, temos que fazer e aprimorar esse tipo de ação", explicou Fernando Fracischini, secretário municipal Antidrogas, por telefone, à Gazeta do Povo.
A idéia é começar este tipo de trabalho agora para não deixar tudo para a última hora. "Preferimos tratar isso com antecedência para evitar decisões no atropelo". Após as análises, outras ações deste tipo poderão ser desenvolvidas na Arena para aprimorar o sistema.
Combate ao tráfico e consumo de drogas
Cães farejadores do projeto "Cão Amigo", da secretaria, também estarão no estádio nesta quarta-feira. "Junto com esse trabalho de monitoramento e cadastramento de possíveis agitadores e infratores, desenvolveremos, a convite das torcida Os Fanáticos, um trabalho de combate ao tráfico e ao consumo de drogas", afirmou Fracischini.
O acesso das drogas aos estádios é facilitado pela revista considerava leve feita pelos policiais nos torcedores. "Não tem como segurar a entrada das drogas. A revista policial se destina a encontrar armas ou até bombas caseiras", disse. O consumo de drogas nos estádios é frequente e a idéia de combater esta prática partiu dos próprios torcedores. "É muito desagradável ir com sua esposa e seus filhos no estádio e se deparar com o consumo de maconha e cocaína", complementou Fracischini.
Os torcedores flagrados consumindo ou portando drogas serão encaminhados para a polícia. Suas imagens e fichas ficarão armazenadas para que outras medidas sejam tomadas o futuro. "Na Europa os torcedores flagrados neste tipo de situação, praticando atos de violência, são proibidos de entrar nos estádios e em alguns casos são obrigados a prestarem serviços à comunidade", concluiu o secretário.
A Gazeta do Povo entrou em contato com o vereador Julião Sobota, presidente da torcida Os Fanáticos, e com o presidente do Atlético, Marcos Malucelli, mas eles não foram localizados para comentar a ação