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 | Hedeson Alves / Gazeta do Povo
| Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo

O caso Keirrison ainda martela a cabeça dos dirigentes do Coritiba. O jogador assinou um pré-contrato com a Traffic, empresa de marketing esportivo parceira do Palmeiras, no início deste mês, após adquirir 80% dos direitos federativos e econômicos do atacante junto aos empresários do K9.

Para não ver casos como o da maior revelação alviverde nesta temporada se repetirem, o presidente Jair Cirino prevê mudanças na Lei Pelé em 2009. O mandatário do Coxa remete as suas crenças ao encontro da Associação das Ligas Européias, no fim do mês passado, do qual participou, como representante do Clube dos 13.

"Nós estivemos lá com o papel de ouvintes e a reunião foi bastante positiva. Acredito que foi importante fortalecermos este diálogo entre o futebol europeu e o brasileiro. Verifiquei lá que, apesar da diferença financeira, eles também têm problemas. Eles estão preocupados com a gestão dos clubes, e também com as transferências de jogadores. Todos querem mais transparência, já que atletas cada vez mais jovens desembarcam na Europa, e eles estão preocupados com este rompimento dos vínculos com o clube formador e até com a família", contou Cirino, por telefone, à Gazeta do Povo Online.

O presidente do Coritiba, assim como os principais clubes brasileiros, defendem um aperfeiçoamento da Lei Pelé, que extinguiu a antiga Lei do Passe – a qual dava posse quase incondicional dos times sobre os atletas –, e que agora deixou atletas e clubes nas mãos de empresários.

"A discussão continua, e o jogador antes escravizado pelo clube agora é escravo do empresário. É preciso repensar esta questão, já que as equipes formadoras precisam ter direito ao primeiro contrato do atleta, já que muito tempo e dinheiro é investido na formação de um jogador de futebol. O projeto de lei que tramita em Brasília segue em discussão e creio eu no início de 2009 teremos novidades", explicou.

Para Jair Cirino, a entrada cada vez maior de capital estrangeiro nas principais ligas européias ajuda o projeto dos clubes brasileiros em poder ter controle sobre as suas revelações.

"Eles querem preservar cada vez mais a competitividade, dar um formato mais sólido aos clubes. Na Itália, por exemplo, existe uma preocupação muito grande com o funcionamento dos clubes, por isso as regras são muito duras. Na Espanha, é preciso ter as ações majoritárias de um time e ter autorização do governo para funcionar. A lavagem de dinheiro é uma realidade e isto passar pelas negociações de jogadores", finalizou o dirigente.

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