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| Foto: Antonio Lacerda/ EFE

Transição dupla após despedida dos Jogos

Capital inglesa passa o bastão olímpico para o Rio-2016, mas antes se prepara para receber a Paralimpíada

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Festa na volta para casa

A volta para casa dos atletas olímpicos (foto) foi bem agitada. Os irmãos Esquiva (centro), medalha de prata, e Yamaguchi Falcão, bronze (esq.), chegaram ao Rio ao lado do iatista Robert Scheidt, bronze na classe Star com Bruno Prada. Eles foram recepcionados pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). O político exibia uma caixa com a bandeira olímpica entregue pelo prefeito londrino, Boris Johnson, na cerimônia de encerramento dos Jogos, no domingo.

Em Salvador, na Bahia, cerca de 50 pessoas foram receber a medalhista de bronze Adriana Araújo.

A festa contou com a presença do campeão mundial de UFC, Junior Cigano. "Isso aqui é o ouro da Bahia", disse ela, sobre o carinho dos fãs.

Política

Bandeira é ofuscada por cobrança de orçamento atualizado

O objetivo do evento era celebrar a chegada da bandeira olímpica ao Brasil. Mas, por alguns instantes, tornou-se tribuna para o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), falar de dois assuntos que devem voltar à pauta com frequência nos próximos 1.451 dias, até a abertura do Rio-2016: o prazo das obras e o preço dos Jogos. "Estamos numa posição confortável? Não. Nunca se está num evento desta dimensão. Mas o prazo está em dia. Não há grande intervenção na cidade que não esteja em andamento", declarou. Questionado sobre o orçamento dos Jogos, disse que essa é uma conta difícil. Segundo ele, há muitas obras que melhorarão o funcionamento da cidade antes e depois dos Jogos e que não podem ser rotuladas como "olímpicas". Paes é candidato à reeleição. A bandeira olímpica, de 2,22 metros por 1,54 metro, desembarcou no Rio conduzida por uma comitiva formada por medalhistas brasileiros e políticos.

Doping

A bielorrussa Nadzeya Ostapchuk é a primeira atle­­ta a ter a medalha de ouro "confiscada" depois do encer­­ramento dos Jogos Olímpicos de Londres. Flagrada no exame antidoping com o teste positivo de metenolona – anabolizante proibido –, ela perderá o prêmio por sua vitória no arremesso de peso. "O Comitê Olímpico da Bielorrússia foi solicitado a devolver ao Comitê Olímpico Internacional a medalha, o diploma e o bottom concedidos à atleta, assim que possível", anunciou o COI, em nota oficial. A neozelandesa Valerie Adams herdará o título olímpico.

Em seu plano de se tornar potência olímpica, o governo federal pretende criar uma meta de medalhas única com o Comitê Olímpico Bra­­sileiro (COB) para o Rio-2016. É mais um passo para aumentar a atuação na po­­lítica de alto ren­­dimento do país, com o crescimento do investimento.

E mais uma pressão sobre o comitê após o desempenho modesto em Londres. No Reino Unido, houve previsão de pódios diferentes da entidade e do governo, sendo a do COB bem mais modesta.

Apesar da ausência de críticas, ficou claro o tom de cobrança do Ministério do Es­­por­­te sobre o COB por causa dos cerca de R$ 2 bilhões em investimentos públicos no esporte de alto rendimento no ciclo olímpico. "O governo fez um esforço, não só pelo Ministério do Esporte. As empresas estatais intensificaram esforços. Creio que há uma correspondência [do resultado] daquilo que investimos. Embora, evidente, que precisamos e podemos melhorar muito para 2016", disse o ministro Aldo Rebelo.

O ministro afirmou que o COB "compreende o conceito de que temos de estar à altura de ser país-sede". Rebelo, porém, ainda não quis falar em números. Só reafirmou que o objetivo é ficar entre os dez primeiros em medalhas.

O COB usou o número desses dez primeiros para projeções. Em total de medalhas, Coreia do Sul e Itália ficaram na 9.ª e 10.ª posições, com 28. A nova meta única de medalhas pode ser divulgada já com o plano de incre­­mento de investimentos no esporte, que será anunciado pela presidente Dilma Rousseff provavelmente ainda em agosto.

Foi um programa elaborado junto com o COB e que também estabelecerá me­­tas por esporte. O governo promete divulgar todos os dados. "Com os recursos adicionais, teremos uma visão do todo e uma visão do individual, de cada confederação. Isso será feito aos poucos. Será tudo transparente", afirmou Ricardo Leyser, secretário de alto rendimento. "Foi o governo que obrigou o COB a estabelecer plano de metas para Londres. Antes, o comitê se recusava. Foi uma questão de cultura rompida", complementou.

Para 2012, o comitê tinha estimado 15 medalhas; o ministério, 20. "Fi­­ca­­mos na média. Para o COB, foi acima da expectativa. No nosso prognóstico, chegamos perto", falou Rebelo. Além da meta única, o plano incluirá bolsa para treinadores, como as dos atletas, e melhorias na infraestrutura. O governo não antecipou quanto irá investir, mas não aceitará do COB mais um plano pouco ambicioso.

"Temos de trabalhar individualmente com cada esporte para ter o seu melhor resultado histórico. Mas, como a razão se impõe, sabemos que não dá para ter 100%. Mas o vôlei já se cobra internamente quatro ouros. É importante se situar para saber como ficar entre os 10", justificou o secretário.

VerbaInvestimento gera discordância entre governo e COB

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Ministério do Esporte têm discordância sobre o total investido no ciclo olímpico para Londres-2012. Nenhum dos dois considera todo o financiamento estatal.

Segundo o comitê, o total recebido é de R$ 331 milhões da Lei Piva, descontados o usado em Jogos Escolares e os impostos. O governo federal divulga um número de cerca de R$ 1,1 bilhão, incluindo os recursos da lei e investimentos diretos por meio de convênios e bolsa-atleta. Mas eles não contam os gastos das estatais com patrocínios, nem os programas por meio de lei de incentivo fiscal. Com eles, a conta sobe a R$ 2 bilhões.

"São pontos de vistas diferentes até pela natureza diferente das instituições", explicou o secretário Ricardo Leyser. Ao falar dos investimentos estatais, o ministro Aldo Rebelo citou os gastos das estatais e da lei de incentivo ao esporte.

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