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Placas que antes indicavam os locais dos Jogos em Londres agora apontam o Rio-2016 | Daniel Castellano – enviado especial/ Gazeta do Povo
Placas que antes indicavam os locais dos Jogos em Londres agora apontam o Rio-2016| Foto: Daniel Castellano – enviado especial/ Gazeta do Povo

Paralimpíada

Brasileros partem para aclimatação inédita em Manchester

Matheus Chequim, especial para a Gazeta do Povo

Pela primeira vez na história, toda a delegação brasileira paralímpica vai realizar um período de aclimatação antes de iniciar a busca por medalhas em uma edição dos Jogos Paralímpicos. A intenção do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é garantir a melhor preparação possível para atingir uma ousada meta em Londres. Na disputa que começa no dia 29, os brasileiros têm como meta a sétima colocação no quadro de medalhas, com pelo menos 18 ouros no pescoço – em Pequim-2008 foram 16 e o nono lugar.

"Será uma fase final de treinamento para que o atleta possa evitar qualquer tipo de mal- estar com a temperatura e o fuso horário. Faz parte de um planejamento que a nova gestão [do CPB] realizou durante os últimos anos", afirmou o subchefe da missão, Jonas Freire, sobre o período em Manchester. O voo de ontem no fim da noite levaria a última parcela de competidores para a "pré-temporada" – ao todo, o país terá 182 atletas dispostos a subir no pódio britânico. "Já estive em outros mundiais, mas paralimpiada é a primeira. Estou muito empolgada", revelou Gleyse Priscila Portiolli, jogadora de Goalball.

Antes mesmo da cerimônia de encerramento de domingo, Londres já começava a se despedir da Olimpíada de 2012 com a sua principal marca: a preocupação do legado dos Jogos à cidade. Já no sábado à tarde, a arena de hóquei, uma das estruturas planejadas para não ser uma herança maldita, sem utilidade após a disputa, estava com a parte de trás da arquibancada desmontada. Mesmo caminho que terão a Arena de Basquete e o anel superior do Estádio Olímpico após os Jogos Paralímpicos, que começam no próximo dia 29.

Desde quinta-feira, aliás, outdoors da organização da disputa paralímpica espalhados pela cidade traziam a seguinte mensagem bem-humorada sobre o fim da Olímpiada: "Obrigado pelo aquecimento". As placas nas estações de metrô também já estão no clima de transição. Os sinais que até domingo indicavam como chegar aos locais de prova, ontem, mostravam que a disputa agora será no Rio de Janeiro, sede da Olimpíada de 2016.

Os Jogos não chegaram a influenciar todos os moradores de Londres. Na região central e nos bairros, o ritmo continuou normal durante os 17 dias do evento, tirando o aumento de passageiros no transporte público. O impacto da disputa era mais sentido nas proximidades dos locais de prova, em especial do Parque Olímpico, onde tanto a estação de metrô de Stratford quanto o shopping vizinho ficaram lotados em todos os dias de competição.

Mesmo assim, ontem muitos londrinos foram às lojas comprar lembranças da terceira Olimpíada realizada na capital britânica. "Os Jogos foram maravilhosos. Ficamos muito orgulhosos de mostrar para o mundo nossa história", disse a analista de sistemas Anne Wright, que, ontem, fazia compras de souvenires dos Jogos no centro da cidade.

No comércio, muitos estabelecimentos reclamaram do baixo movimento, causado especialmente pela proibição de tráfego de veículos pelo anel central da cidade durante os Jogos, e a preocupação dos próprios londrinos em ficar em casa para fugir dos metrôs e ônibus lotados de turistas. Em compensação, outros tiraram proveito, como Anthony Richards, proprietário de um restaurante de comida italiana. Pelo fato de o estabelecimento ser próximo dos hotéis credenciados oficialmente pelos Jogos, Richards manteve o local aberto até mais tarde durante a competição. "Para mim, foi bom. Tivemos um crescimento no jantar que resultou em aumento de 35% no faturamento", calcula.

Em relação ao trânsito, uma das principais preocupações da organização dos Jogos, ontem, no primeiro dia sem as linhas exclusivas para ônibus e veículos oficiais que transportavam atletas, dirigentes e jornalistas, o fluxo voltou ao habitual. "Não mudou muita coisa, não. Sempre há filas no trânsito e, durante os Jogos, elas ficaram um pouco maiores. Só isso", diz o motorista Jonathan Layton, evitando queixas.

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