Representantes da nova geração de treinadores, Márcio Araújo e Luiz Carlos Barbieri têm outra característica em comum que será explorada para conduzir Coritiba e Paraná, respectivamente, à vitória no clássico de hoje, 19 horas, no Couto Pereira: o discurso motivacional.
Para o comandante paranista, não existe situação adversa que não possa ser revertida em fonte de motivação para o seu time. Na cartilha do treinador coxa-branca, metáforas com o cotidiano, menções ao mundo animal e frases de ordem estão entre os tópicos mais recorrentes.
Nos treinamentos da semana em Cornélio Procópio (Norte do estado), onde o Coritiba se concentrou para enfrentar União e Paranavaí, sobraram situações em que Márcio Araújo utilizou a sua psicologia para conseguir do time o rendimento esperado.
Em uma das atividades, por exemplo, Wílton Goiano foi à linha de fundo e cruzou. Livre na esquerda, o lateral-esquerdo Ricardinho chutou de primeira e isolou a bola. O som do apito de Márcio paralisou o treinamento na hora.
O técnico pediu para que o lance seja repetido. Dessa vez, ele matou no peito, deixou a bola cair no chão e bateu cruzado, para boa defesa do goleiro Ricardo Vilar. "É isso aí Ricardinho. Parabéns!", elogiou o treinador.
"O Márcio é um grande profissional. Ele sabe que o futebol é repetição. Por isso pede para que a gente treine exaustivamente, até acertar. Desta maneira a jogada fica gravada na nossa cabeça", afirmou o zagueiro Anderson, revelando mais uma faceta do treinador: o detalhismo.
Os novatos do Alto da Glória também já se renderam ao estilo "paizão" do comandante. É o caso do atacante Ludemar. O jogador faz hoje, contra o Paraná, o seu primeiro jogo no Couto Pereira. O camisa 9 foi um dos destaques da dramática vitória por 2 a 1 sobre o Paranavaí, quinta-feira. "Ele nos dá muita liberdade e está sempre aberto ao diálogo. É um cara que sabe mexer com o nosso ego, com o nosso emocional", revelou.
Metódico, Araújo diz gostar de trabalhar em cima dos aspectos mínimos. De acordo com suas avaliações, são justamente esses detalhes que mais influenciam no dia do jogo. "O detalhe faz toda a diferença na vida. Veja o exemplo do cupim. Você só vai perceber que ele está ali na madeira no momento que o móvel cai no seu pé. Por isso eu procuro prestar atenção em tudo, trabalhar todas as situações", exemplificou.
Tabus e jejuns
Do lado tricolor, Barbieri também mantém atenção total a qualquer detalhe que possa ajudar a sua equipe. As situações preferidas do treinador são tabus e jejuns, que rapidamente são transformados em desafios.
Assim o Paraná bateu o Roma, na primeira rodada do Paranaense, quebrando a escrita de jamais ter vencido o time de Apucarana. Da mesma maneira, deseja vencer uma equipe do interior fora de casa, o que não ocorre há dois anos.
Utilizando a mesma técnica dos desafios, Barbieri quer que outras duas marcas sejam eliminadas hoje. Primeiro, o jejum de gols dos atacantes em 2006. Depois, o tabu de não vencer o Coxa no Alto da Glória o último triunfo ocorreu há dez anos.
"Cada um tem seu jeito de trabalhar. Falo muito com os atletas tentando mostrar que quem manda no corpo é a mente. O jogador tem de acreditar nos seus objetivos e tentar sempre se aperfeiçoar para que as coisas dêem certo", disse.
Para embasar sua teoria, o treinador utiliza uma história recente. No Paratiba de 1.º de outubro do ano passado, pelo Brasileiro, o atacante Borges (agora no Japão) amargava uma série de sete jogos sem balançar a rede. Motivado por Barbieri, o jogador entrou em campo contra o Coritiba e encerrou o jejum, fazendo um dos gols da vitória tricolor por 3 a 2.
Este é o exemplo que o treinador do Paraná usa para terminar com o atual momento ruim dos avantes de sua equipe em três jogos Fábio, Vandinho e Leonardo passaram em branco. "Estou conversando muito e diariamente com os atacantes. É preciso muita calma para que eles se mantenham tranqüilos, porque os gols vão voltar a sair normalmente. Esse exemplo do Borges é claro para mim. Depois daquele jogo falei para ele viu como o gol iria sair", lembrou.
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