Federação
"Estamos bem perto", diz Cury
Enquanto o Coritiba trata com cautela a transferência do Couto Pereira para a área onde hoje está o Pinheirão, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) quer resolver o imbróglio o quanto antes. "Não aguento mais isso. Quanto mais rápido acontecer [a venda], é melhor", desabafou o presidente da FPF, Hélio Cury.
"Muita coisa que dizem por aí não é verdade e isso acaba prejudicando a negociação, mas agora estamos bem perto", adiantou Cury, afirmando que não está a par das conversas entre os investidores e a construtora OAS principal candidata a erguer o novo empreendimento. "Isso foge da minha alçada", completou.
A expectativa dele é de que a venda esteja sacramentada até o final desta semana. Mesma previsão do representante dos investidores, que agora tem em mãos toda a documentação necessária para dar prosseguimento à transação.
"Encaminhamos todos os documentos complementares [ao investidor]. Ainda faltavam alguns, mas agora tudo foi passado e estamos aguardando", esclareceu o presidente da FPF.
Com dívidas em torno de R$ 60 milhões com o INSS, o IPTU e o Atlético, o valor que a FPF espera fechar a venda é de cerca de R$ 85 milhões.
Gustavo Ribeiro, especial para a Gazeta do Povo
"Com a chave na mão, com estádio moderno para 45 mil lugares, o clube agregaria um patrimônio de R$ 300 milhões. Só o estádio já dobraria nossa receita."O cálculo animador é do vice-presidente do Coritiba, Vílson Ribeiro de Andrade, ao falar sobre a possibilidade de o Coxa trocar de casa.
O Alviverde, a construtora OAS e a Federação Paranaense de Futebol estão em negociação avançada para a construção de uma moderna praça esportiva na área do Pinheirão.Apenas detalhes burocráticos impedem que o fato seja oficializado.
Até por isso o dirigente não fala abertamente da transação, apesar de admitir uma sondagem. "O Coritiba precisaria sair de um ativo de R$ 150 milhões para R$ 400 milhões de receita anual. Se não for assim, não interessa", segue, falando sobre o aumento das receitas com a construção a nova sede, mas tentando manter a operação ainda no terreno da hipótese.
Nessa conta entrariam somente os lucros obtidos com a exploração do novo endereço venda de ingressos, aquisição de sócios, publicidade e camarotes.
A mudança de residência do Coxa incluiria mexer na estrutura física do clube o que exigiria o aval do Conselho Deliberativo. "Como envolve patrimônio [o repasse do Couto Pereira e talvez até do CT da Graciosa ao investidor] e não apenas uma compra, precisamos ouvir antes os conselheiros", avisa o dirigente. Carta-branca que não parece ser um entrave.
Além do processo interno, Ribeiro enfatizou que uma negociação desse porte além de demorada, demanda todo o sigilo possível postura que vem sendo mantida pelo clube nas conversas com a OAS, que compraria o Pinheirão por R$ 85 milhões no dia 20 deste mês.
"Veja, por exemplo, a negociação do Grêmio para construir o novo estádio: se estendeu por cinco anos porque muita coisa precisa ser analisada, ponderada. Do mesmo jeito que pode dar tudo certo, pode também dar tudo errado", analisa, mantendo o discurso evasivo sobre o passo rumo ao Tarumã.
Dentre as preocupações do Coritiba para fechar a parceria uma é bem evidente: a divisão dos lucros provenientes do novo estádio. "No meu entendimento, o negócio fechado pelo Palmeiras não é um modelo que queremos. Eu sei por alto, mas o clube saiu em desvantagem", alerta, lembrando que o investidor do remodelado Palestra Itália, a construtora W/Torre, teria ficado com uma quantia elevada nos lucros da exploração do estádio.
Mesmo sem ainda poder divulgar a empreitada, o vice-presidente deixa no ar que o caminho está traçado. E usa as manifestações da torcida na imprensa e na internet para dar a dica do que está sendo esboçado. "Eu fiquei surpreso com alguns dados. Vi que a aceitação [dos torcedores pela aposentadoria do Couto Pereira] é grande. O torcedor entende que para um clube como o Coritiba seria importante ter um estádio moderno", diz.
Deixe sua opinião