Há uma tentação imediata de associar o São Caetano x Atlético de amanhã ao de 2001. O adversário é o mesmo, o palco será o acanhado Anacleto Campanella, há um valor acima do normal na partida.
Na prática, porém, a distância entre um jogo e outro é imensa. A decisão de 2001 mudou o Atlético de patamar. Carimbou a reconstrução do clube iniciada em 1995 e deu o impulso para os cinco anos seguintes, período em que o Furacão alcançou um vice-campeonato nacional, outro da Libertadores e uma semifinal de sul-americana.
Lembro bem da expressão de felicidade única no rosto de todo atleticano presente no Campanella naquele 23 de dezembro. Era a certeza de que cada momento ao lado do clube havia valido a pena, potencializada pela alegria natural de fim de ano. O mais feliz Natal rubro-negro tanto para o torcedor comum como para os dirigentes, usualmente carrancudos, que esperavam, inquietos no alambrado, o fim da partida.
Amanhã, a alegria por uma eventual vitória provocará uma sensação diferente. Bater o São Caetano em 2012 e encaminhar o retorno à Série A desencadeará um sentimento de alívio, de ver as coisas voltando ao seu eixo. Essa é a diferença crucial entre as decisões. Se 2001 entregou ao Furacão o diploma de nacionalmente grande, 2012 é o ano de pôr as coisas no seu devido lugar. Um reencontro com a história que o próprio Atlético construiu.
Patrimônio público
O Tribunal de Contas formalizou o já cantado parecer de que o potencial construtivo cedido à Arena da Baixada é patrimônio público. Uma vitória para todos. Para a sociedade, que verá os recursos serem monitorados por órgãos competentes. Para o Atlético, que, cumprindo o estabelecido, ganhará um carimbo de lisura em todo o processo da Copa do Mundo.
Eternos campeões
O temporal de quarta-feira me impediu de presenciar o lançamento do livro Eternos Campeões, dos Helênicos. Vi a obra ontem, na redação, e não me surpreendi. A qualidade corresponde ao imenso zelo, conhecimento e paixão que o grupo tem com a história coxa-branca. Um golaço do Guilherme, do Silvio, do Alan, do Pierre, do Celso, do Flávio e do Levi.
Ao trabalho dos Helênicos somam-se o arquivo fantástico que o James Skroch mantém do Paraná e a capacidade de mobilização da Milene Szaikowski, do Círculo de História Atleticana. Todos desenvolvem o necessário e esplêndido trabalho de preservar a memória dos nossos clubes. Um alicerce fundamental para o crescimento do futebol paranaense.
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