A Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) está enviando à Fifa o seu relatório sobre as 17 cidades que pleiteiam a Copa do Mundo de 2014. Doze serão as contempladas, e corroborando a opinião do presidente do Sindicato da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), José Roberto Bernasconi, o relatório mostra que o adiamento da definição para o final de maio é prejudicial ao Brasil.

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Segundo o vice-presidente da Abdib e coordenador do relatório que está sendo enviado à Fifa, Ralph Lima Terra, a mobilidade urbana e os transportes são os pontos mais preocupantes para o país receber o Mundial. Mesmo com estudos e projetos em andamentos em todas as cidades que querem receber a Copa, as obras de adequação previstas já são demandas antigas e não deveriam ser atreladas à vinda do evento.

"A gente consegue observar que, independente da Copa de 2014, é preciso que uma série de investimentos sejam feitos pelas cidades brasileiras. Quando concluídas, estas obras terão um papel importante para a execução da Copa, mas boa parte está em andamento ou em fase de elaboração, ainda não concluídos", comentou Terra, em entrevista à Rádio Eldorado.

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O relatório da Abdib confirma a sugestão de que se crie um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Copa de 2014, já que serão necessários grandes recursos para que todas as obras previstas e sugeridas saiam do papel. O documento ainda trás detalhes de todas as cidades, levando em conta nove dimensões diagnosticadas - mobilidade urbana, aeroportos, portos, energia elétrica, saneamento, telecomunicações, segurança pública, sistema de saúde e hotelaria. O total de investimentos necessários para adequação também consta no relatório.

Extra-oficialmente se cogita que pelo menos R$ 30 bilhões terão de ser injetados pelo governo federal nos próximos cinco anos para que o país consiga receber a Copa de 2014. Entretanto, o próprio Ralph Lima Terra já declarou anteriormente que as cifras deveriam ser bem maiores para resolver problemas críticos no Brasil.

"O Brasil precisa de R$ 87,7 bilhões de investimento em infraestrutura por ano, no mínimo, ao longo de 10 anos consecutivos, para evitar que o crescimento econômico esbarre em deficiências no transporte ou insuficiência de energia, por exemplo, mas também em saneamento, petróleo e gás e telecomunicações. Além disso, a universalização – o que significa prover serviços relacionados a transporte, saneamento, telefonia e energia, entre outros, em quantidade e qualidade suficientes para atender as necessidades de todos os brasileiros e do setor produtivo - são maiores que os R$ 87,7 bilhões apontados", avaliou.

A Abdib enfrentou dificuldades na produção do relatório, que deveria ter sido entregue em fevereiro. Contudo, o documento feito em parceria com o governo federal e a iniciativa privada será reunido à documentação que já está com a Fifa, e poderá auxiliar na escolha das 12 subsedes do Mundial.

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