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Os ecos da excessiva liberdade em Weggis, Suíça, local da preparação para a Copa do Mundo de 2006, apontada como a grande responsável pelo fracasso na Alemanha, serão definitivamente abafados na África, em 2010. É o que promete o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirmando sem meias-palavras ao jornal "O Globo" que a seleção ficará confinada e os jornalistas terão muito pouca facilidade para trabalhar antes e durante o Mundial da África do Sul.

"Podem ter certeza que a seleção que disputará a Copa no ano que vem será a mais fechada da história do nosso futebol. A imprensa terá muito menos liberdade para trabalhar. E não tem nada a ver com a África do Sul. Em Weggis, a liberdade foi total e todo mundo reclamou da bagunça. Então vamos fazer diferente desta vez", disse o dirigente.

Ricardo Teixeira afirma na longa entrevista que a CBF recebeu várias propostas de países africanos e que no próximo dia 30 será decidido o local da preparação final para a Copa do ano que vem. Ela será fora do Brasil, em um local frio e com altitude parecida com à do país do Mundial.

"Mas os jogadores terão de se apresentar no Brasil, onde serão realizados os exames médicos", afirmou, deixando clara mais uma diferença em relação ao que aconteceu em 2006, quando os atletas se apresentaram direto na Europa.

Se o acesso ao trabalho da seleção será blindado, ao mesmo tempo Teixeira promete transparência total nas informações:

"Jogador que se apresentar dez, doze quilos acima do peso terá sérios problemas. Alguém acha que um jogador pode perder dez quilos em dez dias e disputar uma competição tão difícil como a Copa? Quem se apresentar fora de forma terá problemas e acabará desconvocado".

Dunga foi escolhido por ser disciplinador

O dirigente acrescentou, em alusão a notícias relacionadas a ele em colunas sociais, que não tem amigos e que não comenta sobre seleção nem com a sua mulher. Ricardo Teixeira explicou também por que escolheu Dunga para técnico da seleção, pouco tempo depois da eliminação pela França em 2006:

"Não estava à procura apenas de um treinador. Queria alguém que fosse mais disciplinador, que mudasse o espírito da seleção. Nestes anos todos na CBF aprendi que não se ganha Copa do Mundo só com um bom time. Tem que se formar um grupo que tenha bons jogadores Para mim, a melhor seleção que o Brasil teve neste período foi a da Copa de 90. Ninguém se entendeu e deu no que deu".

Ricardo Teixeira declarou ainda que gostou da classificação da Argentina para a Copa do Mundo de 2010 e que ligou para o presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Julio Grondona, antes e depois do jogo contra o Uruguai.

"Ele disse que nos víamos ano que vem na final. Somos amigos há anos", revelou.

O presidente da CBF ainda reforçou sua tese de que o melhor para o Campeonato Brasileiro é manter o sistema de pontos corridos. Ele se diz a favor da adaptação ao calendário europeu, mas destaca que o assunto precisa ser mais bem debatido, e que a Copa Sul-Americana precisa de algo para ser mais valorizada. Teixeira também revelou ter gostado do horário das 19h do último jogo da seleção, nas eliminatórias, contra a Venezuela. Sobre a Copa de 2014, o dirigente deixou claro mais uma vez qual é a sua maior preocupação:

"Já disse mais de uma vez que, para a Copa, as três prioridades são aeroporto, aeroporto, aeroporto. É o nosso grande problema. E tudo o que for feito no Rio para a Copa logicamente ajudará na realização das Olimpíadas".

Teixeira confirmou que não ficou satisfeito com a decisão do COB de tirar o escudo da CBF da camisa da seleção olímpica, mas que ficou feliz com a escolha do Rio para os Jogos de 2016. E ressaltou:

"Fiz minha parte e consegui dois votos para a cidade. Do Blatter e do camaronês Issa Hayatou, quando eles estiveram aqui no congresso da Fifa".

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