Opinião
Marcio Reinecken, repórter.
Atletiba na final da Copa do Brasil?
Os Atletibas estão de volta. Se tudo correr perfeitamente para a dupla, poderemos assistir a até oito clássicos. Faça a conta. Dois na fase classificatória do Estadual. Mais dois em uma possível decisão. Outros dois garantidos no Brasileirão. E, para coroar o ano, mais um par de clássicos na final da Copa do Brasil.
Ok, a hipótese arrancou risos de alguns colegas aqui da Redação. Mas eu lembrei de uma aposta maluca que fiz quando cobria o Furacão, em 2005: antes da Libertadores começar, "avisei" que o time de Marcão, Fabrício, Lima e cia. ia ser campeão da América. Dessa vez foram gargalhadas até dos próprios atleticanos. Olha, se não fosse o jogo transferido para o Beira-Rio, o pênalti errado pelo Fabrício...
A temporada que vem, mesmo que seja perfeita para os clubes daqui, não reserva emoção tão grande. Mas, ao menos, tem tudo para colocar o futebol do estado de novo na briga com os cariocas, paulistas, gaúchos e mineiros.
Dessa vez, começo o ano otimista. Acho que o Coritiba vai do meio para cima da tabela. Que o Atlético tem tudo para chegar novamente à Libertadores via Sul-Americana. E que o Paraná, com um pouco de sorte nas contratações, pode, sim, voltar à Primeira Divisão.
Mas o Atletiba na final da Copa do Brasil eu falei brincando, viu?
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No Paraná, a única semelhança com os rivais é a eleição no fim do ano. Pelo quarta temporada seguida na Série B e sem poder competir com o orçamento de Atlético e Coritiba, o time será remontado, como se tornou comum na Vila Capanema nas viradas de ano.
Diferentemente do ano anterior, os principais rivais do estado entram embalados em 2011. O Coxa confirmou o retorno para a elite nacional com três rodadas de antecedência e foi campeão da Série B com uma, enquanto o Furacão brigou por vaga na Libertadores até o penúltimo jogo. Para incrementar a rivalidade, quatro Atletibas estão confirmados dois pelo Paranaense e dois pelo Brasileiro. Há uma boa chance de serem seis, se ambos chegarem à decisão do Estadual. E um sonho distante de oito, caso atinjam a final da Copa do Brasil.
Como 2010 terminou bem, é de se animar que os dois tenham mantido suas bases. "Os jogadores já estão adaptados à cidade, ao clube e à maneira de ser do Coritiba", observa o técnico Marcelo Oliveira, apesar de ainda não ter iniciado o trabalho como substituto de Ney Franco. "O grupo é vencedor e o ambiente favorável. Isso se percebe com muita nitidez pelas conversas que tive", completa.
"Temos uma base forte, mas temos de ajeitar situações para o Atlético ser forte. A filosofia já está implantada e vai continuar em janeiro", diz o treinador rubro-negro Sérgio Soares, confiando nos reforços contratados para resolver as carências do elenco.
A principal deficiência era a camisa 9. Para brigar por ela, a diretoria já confirmou o retorno de Lucas, que estava no futebol japonês, e a vinda da aposta Henan, do Red Bull Brasil. Mas o principal nome até o momento foi o meia Madson, do Santos. Também estão certos o atacante Mazola (disputou o Brasileiro pelo Guarani), o volante Alê (Atlético-MG) o lateral-direito Marcos Pimentel (Ceará) e o zagueiro Gabriel (Avaí).
O time catarinense, aliás, foi o principal fornecedor do Coritiba: vieram do Avaí o zagueiro Emerson, o lateral-esquerdo Eltinho e o meia Davi. O Alviverde também acertou com o atacante Anderson Aquino, que pertencia ao Atlético, mas jogou parte da Série B emprestado ao Paraná.
Não são reforços de esperar no aeroporto. Mas, a maioria, jogadores que já mostraram qualidade. Com a base reforçada, o presidente do Atlético, Marcos Malucelli, faz previsões otimistas. "Tenho dito que estaremos pelo menos nas semifinais da Copa do Brasil, da Sul-Americana, e vamos disputar o Brasileiro para ficar entre os dez, pensando de primeiro a quarto", afirma.
A diretoria alviverde não faz promessas, mas garante time forte desde o início. "O Coritiba pensa grande, não pode ir para uma aventura, fazendo o Paranaense de laboratório. Queremos montar uma equipe extremamente forte já, para quando chegar a Copa do Brasil e o Brasileiro o time seja altamente competitivo", diz o vice-presidente Vilson Ribeiro de Andrade.
Como já toca o clube na prática, o nome dele é a principal aposta para constar na galeria de presidentes depois da eleição no fim do ano, no lugar de Jair Cirino. No Atlético, ao contrário, Malucelli projeta apenas apoiar algum candidato e deixar o poder.