Puerto Ordaz Começa hoje para o Brasil a competição que poderá firmar Robinho como uma estrela de primeira grandeza na seleção ou colocar em dúvida seu rendimento com a camisa brasileira. O time de Dunga estréia esta noite na Copa América, às 21h45, contra o México
Principal atração do elenco que o técnico Dunga levou para a Venezuela, o atacante do Real Madrid sabe que o momento é importante para sua carreira. "Chegou a hora de a minha geração começar a fazer história na seleção", admitiu o jogador.
A geração que o precedeu, com nomes como Ronaldo, Roberto Carlos, Rivaldo e Cafu, ganhou uma Copa do Mundo (2002), chegou à final de outra (98) e foi reconhecida em todo o planeta por sua grande qualidade. "Este grupo que veio para a Venezuela tem muita vontade de fazer o Brasil voltar a ser vencedor, por isso o torcedor pode ter certeza de que vai ver um time muito lutador", avisou Robinho.
Para chegar a ter o status que esses craques atingiram, o ex-santista precisa de mais do que uma ou outra boa atuação pela seleção. Ele precisa de uma seqüência de grandes jogos de preferência, numa competição oficial. Por isso, a Copa América é sua grande chance de brilhar.
Muita coisa mudou para Robinho desde abril de 2003, quando foi convocado pela primeira vez para a seleção por coincidência, para um jogo contra o México, o rival brasileiro nesta estréia. Ele viveu a experiência de ser o calouro de um grupo cheio de estrelas, o fracasso no Pré-Olímpico do Chile em 2004, a euforia de ter sido titular na conquista da Copa das Confederações e a decepção de ter tido pouco espaço no Mundial da Alemanha em 2006.
Agora, na condição de jogador mais conhecido do time, ele carrega a responsabilidade de ser o homem que pode decidir as partidas. "Jogar na seleção nunca é fácil e sei que a responsabilidade é sempre grande. Mas estou preparado para fazer uma boa estréia e uma boa Copa América", disse Robinho.
Desde que chegou da Espanha, Robinho não mostrou nos treinos os dribles faiscantes que o fizeram famoso. Parece mais "europeu", mais preocupado em cumprir uma função no esquema do que em inventar algo que esteja fora do script. É uma herança que ele traz da Europa, onde a obediência tática conta muito ainda mais por ter sido comandado por um treinador italiano na temporada passada (Fabio Capello).
Quando a pergunta é sobre esse assunto, Robinho sorri e dá uma resposta metade politicamente correta, metade carregada de uma promessa para o torcedor. "Na Europa aprendi a tocar rápido para não correr o risco de perder a bola", afirmou o atacante de 23 anos. Em seguida, veio a parte da promessa de bons momentos. "Mas quando estiver perto da área vou dar minhas pedaladas e partir para cima do marcador."