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A polêmica envolvendo o jogador Aloísio e os times do Atlético e São Paulo, se arrastou por mais um dia nesta terça-feira. O jogador, após cumprir um contrato de empréstimo de três meses com o clube paulista, deveria ter se apresentado ao Atlético no último domingo, mas não apareceu. Segundo a assessoria de imprensa do São Paulo, Aloísio continua treinando na equipe Tricolor.

O superintendente de futebol, Marco Aurélio Cunha, falou sobre a posição oficial do São Paulo em relação ao caso. "Não existe polêmica. Nós estamos tratando da negociação do Aloísio com quem temos que negociar, ou seja, o Rubin Kazan (Rússia), que é o dono dos seus direitos federativos. O Aloísio já é do São Paulo. Acertamos tudo e agora só esperamos os trâmites burocráticos", afirmou.

O departamento jurídico do Furacão já prepara uma ação na justiça do trabalho contra o jogador. "Estamos trabalhando apenas para preservar o direito que o Atlético tem em contar com os serviços profissionais do jogador. O combinado era que ele voltasse ao nosso time depois do jogo final do Mundial de Clubes. Ele não cumpriu essa parte do acordo e então decidimos esperar o término do contrato de 90 dias. Domingo o prazo expirou, e ele não apareceu novamente", afirmou o presidente do Conselho Gestor do Atlético, João Augusto Fleury da Rocha.

A diretoria do São Paulo afirma que o jogador ainda tinha contrato com o time russo, mas o Atlético também diz que tem contrato com o atacante. Se isso for realmente verdade, a existência de dois contratos, Aloísio corre risco de ser suspenso pela Fifa.

Segundo Fleury, o jogador não cumpriu com o combinado, mas mesmo assim teria que cumprir o seu contrato com o Furacão até o final de 2006. O dirigente atleticano manda um alerta ao jogador e seus procuradores. "O Aloísio é jogador do Atlético, com contrato registrado na CBF e tudo mais. Ele não se apresentou ao seu empregador e, por isso, assumiu as responsabilidades legais por não cumprir com seu contrato de trabalho".

O dirigente sãopaulino sabe que enfrentará entraves jurídicos para contar com o jogador na temporada 2006, mas mesmo assim está tranqüilo. "A transação está concluída, mas sabemos que o Atlético vai tentar prejudicar a negociação juridicamente. Vamos deixar que a Justiça analise o caso e defina quem tem razão. Nós somos um clube transparente. O São Paulo age com clareza e de acordo com a lei, diferente de alguns outros clubes. O São Paulo não age nas sombras", concluiu Cunha.

Não querendo polemizar ainda mais, o presidente Fleury dá uma dica a Aloísio. "Ninguém trabalha no Atlético em regime de escravatura. Se o atleta não quer mais jogar no nosso time, a solução é simples. Basta que ele pague a multa contratual, criada justamente para estes casos, e siga o caminho que achar conveniente".

A reportagem da Gazeta do Povo Online tentou contato com o procurador do jogador Aloísio durante o dia todo, mas não obteve resposta.

Rivalidade

O relacionamento entre as diretorias do Atlético e São Paulo não é dos melhores desde o ano passado. Na final da Copa Libertadores 2005, o time paulista não permitiu que os paranaenses jogassem o primeiro jogo na Arena da Baixada, já que o estádio não cumpria o regulamento em relação a capacidade de torcedores. O Atlético construiu arquibancadas tubulares, mas o time paulista não aceitou essa condição.

Sobre essa possível rivalidade, o superintendente do São Paulo explica. "Não existe rivalidade alguma fora de campo, só dentro das quatro linhas como qualquer outra equipe, mesmo após termos sido muito mal tratados no estádio deles. Agora, se isso envolver uma negociação, vamos fazer de tudo para resguardar nossos direitos", disse Cunha.

O presidente atleticano tentou amenizar a situação. "Não acredito que haja algum tipo de rivalidade, a não ser aquela que é inerente ao futebol e a qualquer tipo de competição. O futebol tem que ser pautado pela ética e não podemos ser movidos por paixões de torcedores. Nosso relacionamento com o São Paulo é protocolar", concluiu Fleury.

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