Suzuka, Japão "O Mundial de Pilotos acabou. Mas não estou decepcionado, a vida e as corridas são assim." Michael Schumacher foi direto e não demorou para anunciar a toalha no chão. Fernando Alonso mal havia deixado o pódio quando o alemão, falando em italiano, expressou a situação com contornos reais.
Estava calmo, sereno, mas com uma feição que contrariava frontalmente a tal história do "não estou decepcionado". É claro que estava desiludido. Estava na cara. E não lhe faltavam motivos. A iminente perda do octocampeonato e a maneira como aconteceu foram dramáticas, quase cruéis.
Havia seis anos, o alemão não abandonava uma corrida com o motor quebrado. A última experiência havia sido no GP da França de 2000, quando ele ainda buscava livrar a Ferrari do incômodo jejum de títulos.
O problema de ontem enterrou um dos maiores trunfos de sua reação na segunda metade do campeonato: a confiabilidade da Ferrari. O abandono no Japão foi o primeiro desde que começou a buscar Fernando Alonso na tabela, nos EUA, em julho. Mais: foi só o segundo abandono do ano o primeiro, no GP da Austrália, quando bateu no muro.
A situação de Schumacher serve pelo menos de alento para Felipe Massa. Como o título do alemão tornou-se algo quase impossível, o brasileiro deve ser liberado para brigar pela vitória em Interlagos, no dia 22.
"Lutar pela vitória é bem possível. É claro que a gente vai ter de ficar olhando onde está o Fernando, volta a volta. Se ele estiver entre os oito primeiros, acho que dá", disse Massa. "Mas se alguma coisa de errado acontecer com ele, a gente vai ter de ver o que fazer."
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