
Técnico lamenta falta de sorte
Abatido pela derrota, o técnico do Brasil, Kleiton Lima, disse que não ordenou que seu time recuasse após fazer 2 a 1 na prorrogação. Também lamentou a falta de sorte nos pênaltis, e afirmou que continuará à frente da seleção. "Não houve nenhuma situação de recuo, mas de empurra mesmo, de força, de empuxo. Elas trouxeram nossa equipe para trás. E se salvaram com um gol na prorrogação", disse o treinador.
"Qualquer uma das equipes poderiam sair com a vitória. Em alguns momentos estávamos melhores. Tivemos situações de gol não aproveitadas. Os Estados Unidos também tiveram momentos melhores de jogo. Em nenhum instante houve amplo domínio de nenhum dos dois lados", disse, ao responder se considerou justa a vitória americana.
Sobre os pênaltis, ele contou que usou suas melhores atletas. "Foram as batedoras oficiais. Rosana e Formiga bateriam, mas foram substituídas. Todas foram bem nos treinos, inclusive a Daiane", disse.
Gigante Rússia vira algoz do Brasil
Fazia nove anos que o Brasil não sabia o que era perder uma final da Liga Mundial. Ontem, a Rússia voltou a tirar a seleção brasileira a chance de, em 2011, chegar ao décimo título da competição e ampliar a fama de campeã da história do torneio.
A seleção brasileira feminina perdeu como sempre, mas jogou feio como nunca. Em uma das mais dolorosas derrotas de sua história, o Brasil caiu na decisão por pênaltis (5 a 3) contra os EUA, eternos algozes, nas quartas de final da Copa do Mundo da categoria, ontem, em Dresden, na Alemanha.
A eliminação foi um castigo para quem ficou a maior parte do jogo com uma atleta a mais e vencia por 2 a 1 até os 17 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando sofreu o gol de empate em falha generalizada da defesa.
Mas também foi um castigo para uma equipe que se acostumou a exibir um futebol exuberante e que, neste Mundial, optou pelo jogo pragmático, feio, com chutões e pouca inspiração.
Nem Marta, com seus dois gols, nem Cristiane, com toda sua vontade, ou Érika, quase impecável na zaga, conseguiram levar adiante a seleção brasileira, que mais uma vez caiu e continua sem ter uma grande conquista.
A vilã da vez é a zagueira Daiane, que ontem fez um gol contra, falhou no segundo tento dos EUA e perdeu o único pênalti brasileiro.
Mas a derrota pode se relacionar a várias condicionais: se Daiane não falhasse, se Marta e Cristiane não perdessem as chances nos contra-ataques, se Érika não fizesse cera no fim, se a goleira Andréia alcançasse a bola, se a arqueira americana Hope Solo não tivesse brilhado tanto.
E, sem um título em uma grande competição, o discurso de reconhecimento que isso traria para o futebol feminino novamente foi em vão.
Os EUA, fortalecidos por sua épica classificação, agora enfrentarão a França na luta por uma vaga na decisão do Mundial. A seleção norte-americana também derrotou o Brasil nas finais das Olimpíadas de 2004 e 2008. Em 28 partidas contra o Brasil, os EUA venceram 24.
Ontem foi dolorido. As brasileiras saíram perdendo aos 2 minutos de jogo. Empataram após pênalti polêmico cometido em Marta que resultou na expulsão de Buehler e cobrado por ela.
A virada veio no início da prorrogação, com Marta. Mas o Brasil recuou demais. Viu os EUA crescerem empurrados pela torcida, maioria absoluta. E levou o empate. Nos pênaltis, Hope Solo brilhou.
Foi o melhor jogo do Brasil neste Mundial. Mas não foi o suficiente. Elas voltam hoje, sem a taça, e com a esperança de um dia mudar esta sina.

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