Após a derrota por 2 a 0 para o Sport Recife, terça-feira (28), o diretor de futebol do Paraná, Guto de Melo, escancarou as dificuldades administrativas do clube, que se refletem em maus resultados da equipe. Com o 11.° revés na Série B são duas derrotas a mais do que vitórias na competição , o Tricolor soma 32 dos 75 pontos disputados, aproveitamento de apenas 43%.
Desde o começo da administração do presidente Aquilino Romani, em janeiro, o Tricolor passa por problemas financeiros. As três receitas do clube (verba da tevê e renda de público e sócios) não cobrem os R$ 350 mil mensais da folha de pagamento. Com isso, o clube tem um buraco de R$ 200 mil por mês nas contas.
Antes da Copa, o elenco chegou a ficar com três meses de salários atrasados. Atualmente, falta ao grupo receber metade do salário de julho e o de agosto integral. No próximo dia 5 vence a folha de pagamento de setembro, sem previsão de pagamento.
Nesta quarta (29), Melo voltou a enfatizar a falta de apoio de torcedores ilustres. Segundo o diretor de futebol -- que, com o afastamento de Aramis Tissot para tratamento médico, também acumula a vice-presidência de futebol --, um grupo de empresários paranistas prometeu ajuda financeira, mas até agora nada teria sido feito.
"Essas pessoas disseram que iam pôr milhões no clube, mas todo mundo correu, só ficou um", diz Melo, que após a derrota para o Sport chegou a taxar de "covardes" esses torcedores.
O único que estaria colaborando conforme o supostamente prometido é o empresário e conselheiro Renato Trombini. Ele confirma estar ajudando na aquisição de alguns jogadores desde que a atual presidência assumiu o cargo em janeiro.
Trombini considera haver um certo abandono em relação ao clube por parte de conselheiros e sócios. "O time precisa de mais gente colaborando. Há muitos se omitindo, centenas de empresas de propriedade de paranistas que poderiam colaborar. E o torcedor também tem de ajudar mais, se associando", cobra o conselheiro.
Elenco
Apesar da crise, Melo enaltece o esforço do elenco. "Não temos nada a reclamar dos jogadores, que têm sido guerreiros. Mas o jogador tem o lado pessoal. Ninguém, em qualquer profissão, rende se não recebe", admite.
Os atletas concordam. O zagueiro Alessandro Lopes ressalta que não há corpo-mole na equipe. Mesmo assim, a situação financeira interfere. "Atrapalha no lado psicológico. A gente fica preocupado quando vai receber. E é difícil um time com salário atrasado ir bem em um campeonato", diz.
Para o atacante Lima, que estreou semana passada, apesar da dificuldade os jogadores têm de se concentrar nas partidas. "Não podemos pensar nisso. Até porque, se conseguirmos bons resultados, tudo tende a melhorar", avalia.
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