A chegada de Roberto Cavalo ao Paraná Clube parecia atender as preces do atacante Bebeto. Sem fazer gols pelo clube que defende desde maio, o jogador de 32 anos esperava oportunidades para mostrar o futebol que motivou a sua contratação. Contudo, a passagem do atleta pela Vila Capanema pode terminar antes de 30 de novembro, quando venceria o seu atual vínculo. A cassação da liminar que o permitia defender o Paraná e as análises do caso feitas nesta quarta-feira pendem para um desligamento do jogador.
Momentos antes da partida de terça-feira contra o Brasiliense, Bebeto foi cortado do banco de reservas por um "aviso" vindo de Paulo Goyaz, presidente do Gama, último clube do atacante antes de vir para o Tricolor e com o qual o jogador vive uma batalha jurídica. A cúpula paranista aceitou a dica, embora a decisão do Tribunal Regional do Trabalho ainda não tenha sido publicada oficialmente. Para evitar problemas futuros, Bebeto ficou de fora.
Sem a liminar que o mantinha no Paraná, Bebeto precisa se reapresentar ao time do Distrito Federal, acertar um acordo para não retornar ou ainda seguir brigando por uma nova liminar. Em princípio, a terceira via foi a escolhida.
"Sem a publicação da decisão ainda não tivemos acesso aos fundamentos adotados pelo tribunal para a cassação. Pelo que acompanhei do caso, esta decisão do TRT veio em virtude de a defesa do Gama não ter sido levada em conta antes de obtermos a liminar. Tínhamos pressa em liberar o jogador do vínculo na época e achamos já termos elementos suficientes para pedir a liminar", disse o advogado do jogador, Marcelo Ribeiro.
Mesmo mantendo contatos constantes com o departamento jurídico do Paraná, é Ribeiro quem conduz a situação de Bebeto. Mesmo já fazendo parte dos autos do processo, o Tricolor já adiantou: ou o atacante consegue a sua liberação junto ao Gama ou será desligado do atual elenco.
"Com a decisão atual o jogador volta a ter vínculo com o Gama (até 2011). Cabe recurso, mas o Paraná não irá se envolver. Não temos por hábito criar problemas entre clube e atleta, o Bebeto obteve a liminar e então nos procurou. Se a situação atual prevalecer, iremos rescindir o contrato dele conosco e ele retornará. Até lá, segue como atleta do clube, mas não será utilizado", afirmou o advogado do Paraná, Alessandro Kishino.
Em Brasília, o entendimento do Gama não é tão simples, tanto que o clube já ameaça cobrar a multa rescisória (cujo valor não foi revelado) do Paraná, seja amigavelmente ou na justiça.
"Avisamos o pessoal do Paraná para que eles não fossem prejudicados. Agora, a partir da publicação da decisão, esperamos que entrem em contato conosco para haver um acordo. Não queremos prejudicar nem o jogador ou o clube, que é nosso coirmão inclusive. Todavia, entendemos que o vínculo dele hoje está com o Paraná e a cassação da liminar é retroativa e nos dá direito a pedir o valor da multa rescisória. Se tiver que brigar, nós iremos, estou tranquilo quanto a isso. Não é que não queiramos o retorno do Bebeto. Queremos é que o Paraná ou o jogador paguem pelo risco desta contratação", ponderou Paulo Goyaz.
Maior interessado em todo o caso, Bebeto treinou normalmente com o elenco do Paraná e não foi encontrado para falar do caso. Pessoas próximas ao atleta, assim como o seu advogado, afirmam que o atleta ficou abalado com a situação, sobretudo pela perspectiva de dias melhores no Tricolor e pelo temor do que o futuro, dentro e fora de campo, possa reservar para ele.
"Ele é o mais prejudicado de todos, mas tem de ter tranquilidade. Não dá para falar em prazos para resolver o assunto, mas ele tem contrato com o Paraná e esperamos que o clube cumpra com as suas obrigações neste período", concluiu Ribeiro.
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