Ganhador de duas medalhas de ouro, César Cielo cumpriu sozinho a meta estabelecida para a natação no Mundial de Roma| Foto: Satiro Sodré/CBDA

COB pensa em criar "superciclo"

Na onda de aeuforia causada pela confirmação de que o Rio de Janeiro sediará os Jogos Olím­picos em 2016, o Comitê Oímpico Brasileiro (COB) pretende estender o sistema de metas para o ciclo olímpico de Londres em mais quatro anos.

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Endinheirados caem em Mundiais

Judô, atletismo e ginástica são esportes que costumam trazer para o Brasil medalhas em Olim­­píadas. São três das cinco modalidades que recebem mais de R$ 2 milhões da Lei Piva.

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Veja metas e desempenho das confederações que mais receita recebem do COB

O ciclo olímpico para os Jogos de Londres, em 2012, começou com metas modestas e resultados tímidos. Em um ano com campeonatos mundiais para 20 confederações, apenas os desportos aquáticos e o vôlei conseguiram aliar o desempenho proposto no fim do ano passado a medalha. Para as demais entidades, o cumprimento de objetivos nada ambiciosos (da simples participação a ocupar posições intermediárias) ou, pior, o fracasso de modalidades que abocanham boa parte dos recursos gerenciados pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

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Pressionada pelo desempenho mediano na Olimpíada de Pequim, ano passado, a entidade instituiu a meritocracia como critério de distruição da verba da Lei Agnelo-Piva. Assim, cumprir o proposto tornou-se garantia de, na pior das hipóteses, manter a mesma injeção de dinheiro das loterias para 2010. E fazer promessas de fácil cumprimento virou solução para não assumir o risco de desfalcar o caixa.

Exceção no plano de metas, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) bancou a aposta alta feita no desempenho de seus atletas. Com o suporte federal de R$ 2,5 milhões da Lei Piva (fora o patrocínio dos Correios), a entidade, para a natação, projetou chegar a quatro finais no Mundial de Roma. Deixou a Itália com os dois ouros de César Cielo e a prata de Felipe França.

Na maratona aquática, "pagou" o bronze prometido, com Poliana Okimoto. Fez, com César Castro, o melhor resultados nos saltos ornamentais. Repetiu o 12.º lugar do nado sincronizado. Fora do roteiro, apenas o deslize do polo aquático, 13.º colocado (a projeção era ser, no mínimo, o 12.º).

"Nos últimos cinco anos, a natação é o esporte brasileiro que mais tem crescido. Definimos o presente olhando para o passado, para só então pensar no futuro. A mudança veio há 20 anos, quando conseguimos patrocínio", explica o supervisor técnico de natação, Ricardo de Moura.

Com mundial apenas na praia, a Confederação Brasilera de Vôlei (CBV), outra a receber R$ 2,5 milhões das loterias, também bateu sua meta. Voltou a pódio na areia com a prata de Larissa/ Juliana e os bronzes de Alison/ Harley e Talita/ Maria Elisa. Conquistar medalhas era o objetivo também das seleções quadra, campeãs do Grand Prix feminino e da Liga Mundial masculina.

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O importante é competir

Participar dos mundiais sem estabelecer classificação foi a meta de boxe, esgrima e luta olímpica. O boxe conquistou um inédito quatro lugar para o país no masculino.

Já o segundo bronze em mundiais da paranaense Natália Falavigna não foi suficiente para que o tae kwon do cumprisse o que propôs. Queria repetir o desempenho de 2007, em Pequim, quando ganhou dois bronzes e a equipe terminou em 10.º lugar. Em 2009, só Natália subiu ao pódio e a equipe ficou na 17.ª posição.

No handebol, a aposta maior é conquistar medalha no feminino. O campeonato será em de­­­zembro. Entre os homens, porém, ficou longe das finais, conforme o projetado. A equipe terminou na 21.ª colocação, duas abaixo do Mundial anterior. Já o remo, em grave crise política na sua confederação, não incluiu metas para o Mundial e não participou da competição.