O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deve abrir inquérito para investigar o suposto esquema de mala preta paga pelo Atlético-MG durante o Campeonato Brasileiro de 2004. A presidência do Tribunal já foi informada do caso e está fazendo um levantamento de informações para definir como vai agir.
"Se ficar comprovado que houve o pagamento, mesmo que seja para as equipes vencerem seus jogos, é corrupção. Provavelmente até amanhã (hoje) deveremos ter novidades", garantiu Paulo Schimdt, chefe da procuradoria do STJD, que foi informado da situação pela reportagem da Gazeta do Povo e imediatamente manteve contatos com seus superiores para ter mais detalhes.
Schmitdt não soube dizer com precisão em qual artigo o Galo e os clubes supostamente envolvidos podem ser denunciados. É provável que as equipes sejam julgadas com base no artigo 240 ("aliciar atleta autônomo ou filiado a alguma entidade de prática desportiva"), que prevê suspensão de 60 a 180 dias e multa de R$ 50 mil a R$ 500 mil.
"É uma situação inusitada. Vencer é a obrigação de todas as equipes e eles estariam supostamente recebendo de outros para fazer isso, o que não deixa o caso tão simples", ponderou.
Também no Brasileiro do ano passado, o Santos acusou o Atlético de mandar dinheiro para incentivar os rivais do Peixe. A denúncia não foi comprovada, mas, na época o presidente do STJD, Luís Zveiter, foi direto: "Quem paga para ganhar também paga para perder."
Ontem, Zveiter evitou dar declarações a respeito do assunto. Segundo um assessor, o presidente do STJD pretende ouvir a entrevista de Tibúrcio às emissoras mineiras antes de se pronunciar. Não está descartada a hipótese de o caso passar da esfera esportiva para a criminal. (RL)