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Coritiba e Atlético vão iniciar o Estadual com suas equipes sub-23. Os coxas, por quatro ou cinco rodadas; os atleticanos, até o fim do certame. Pouco tempo em um caso, tempo demais no outro.

A justificativa para adiar o retorno do grupo principal é incontestável. A combinação entre o esgotado calendário brasileiro e a ânsia da Federação em ocupar todas as datas possíveis empurra os jogadores das férias para o gramado em 15 dias, com duas partidas por semana, pelo menos uma sob um calor insuportável. Não há elenco que aguente. A médio prazo começam a surgir lesões, o rendimento cai.

Ao iniciar o campeonato com o sub-23, a dupla Atletiba proporciona aos seus elencos principais uma pré-temporada decente. Treinar por 40, 50 dias, no ritmo adequado, condiciona melhor os atletas, previne lesões e permite ao treinador preparar bem o seu time para uma temporada que, interrompida pela Copa das Confederações, ocupará todos os meios de semana possíveis até junho e do segundo semestre.

Notem que eu mencionei de 40 a 50 dias, o que dá o fim do primeiro turno. O Coritiba volta antes. Terá um ganho em relação a 2012, mas talvez insuficiente para reduzir ao nível desejável o volume de contusões, um dos carmas do time na atual temporada. O Atlético pretende ir bem além dessa data. O Estadual termina em maio. Até lá, preencheria o calendário do time principal com de dois a quatro jogos da Copa do Brasil e amistosos. É pouco. Chega um momento em que só treinar não satisfaz o jogador e amistosos não têm a pegada de uma partida valendo três pontos. Com todos os times brasileiros envolvidos nos seus estaduais, europeus e sul-americanos com temporadas em andamento, fica até difícil conseguir um sparring de bom nível.

São reparos que a própria prática da próxima temporada induzirão os clubes a fazer. O fundamental é que a experiência é válida. Se quem organiza o futebol nacional não dá aos atletas condições mínimas de preparação, cabe aos clubes tomar uma atitude. Coritiba e Atlético estão de parabéns pela iniciativa, que não deve se limitar a apenas um ano.

Ao torcedor, ainda fica a boa oportunidade de conhecer garotos formados em seus clubes, algo capaz de manter o interesse das partidas. O torcedor é naturalmente paternalista com jogadores da base, identifica-os como alguém que até outro dia também estava na arquibancada e apoia os meninos na esperança de, daqui alguns anos, poder dizer com orgulho aos amigos que viu os primeiros jogos de um fenômeno do futebol mundial quando ele ainda não era ninguém.

E o Paraná, que não tem nada a ver com isso, pode aproveitar os testes da dupla Atletiba para, com uma base formada, chegar à decisão do Estadual.

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