Lucas recebe o carinho da torcida no único treino com portões abertos ao público em Goiânia| Foto: Fernando Bizerra Jr./EFE

Sete dias de hospedagem, R$ 2,5 milhões gastos pelo governo local e apenas um contato com os jogadores. Dessa maneira se encerrou a passagem da seleção brasileira por Goiânia – a delegação desembarcou ontem à noite em Brasília, para a estreia na Copa das Confederações, sábado, diante do Japão.

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Na temporada no Centro-Oeste, o Brasil utilizou a estrutura do Goiás, único clube do estado na elite do Brasileiro. Realizou trabalhos no Estádio da Serrinha e no centro de treinamento esmeraldino. Para receber o escrete canarinho, os anfitriões gastaram cerca de R$ 4 milhões na reforma da Serrinha. Desse valor, o governo de Goiás se comprometeu em arcar com R$ 2,5 milhões, montante proveniente de impostos revertidos para iniciativas esportivas.

Em princípio, toda a preparação seria feita no mesmo lugar. Porém, os comandados de Luiz Felipe Scolari desfrutaram do espaço com vestiários, campos e arquibancadas renovadas somente duas vezes, sendo a última, ontem, aberta ao público.

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A alteração dos planos se deu pela privacidade. Todo o entorno do Hailé Pinheiro – nome da praça esportiva – é cercado por prédios altos, que se transformaram em "arquibancada" para a "cornetagem" dos torcedores. A saída foi buscar refúgio no CT alviverde, bem menos devassado.

Apesar disso, a gastança com a estadia não ficou sem justificativa. De acordo com o governador Marconi Perillo (PSDB), valeu pela mídia gerada. Considerando ainda que, segundo o político, o estado de Goiás "economizou" ao ser alijado da Copa do Mundo. E a oferta de dinheiro não deve parar por aí. Outras agremiações goianas, como o Atlético-GO, já requisitaram benesses semelhantes.

A posição de Perillo não surpreende. O governador é aliado de José Maria Marín, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Parceria responsável por trazer a seleção para Goiânia, cidade fora do roteiro da Copa das Confederações, situação que desagradou a comissão técnica.

Além do alto custo, o contato da população com as estrelas do Brasil aconteceu por trás dos cordões de isolamento da segurança ou pelo vidro fumê do ônibus canarinho. O treino aberto de ontem foi o único com a presença da galera e tietagem – com limite para o número de fãs.

A justificativa para tanta clausura detonou um mal-estar. A CBF não se manifestou oficialmente, mas deu a entender que uma abertura maior teria de contar com a Polícia Militar. A PM, por sua vez, não gostou da insinuação de que não seria capaz de oferecer segurança.

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