No masculino, a vitória sobre os cubanos na final foi por 3 sets a 1. O Brasil atuou com time B e levou o ouro| Foto: Luiz Pires/VIPCOMM

A seleção masculina de vôlei decidiu o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara já na madrugada de domingo (horário de Brasília). E o bicampeonato do torneio veio do jeito que a torcida queria: contra Cuba. Mesmo jogando com o time B, os brasileiros conseguiram repetir o topo do pódio conquistado no Pan do Rio, em 2007, e bateram os caribenhos por 3 sets a 1.

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"Isso mostra que podemos, sim, ter mais de uma seleção com grande qualidade", afirmou o levantador Bruno Rezende, que, ao lado de Gustavo, era foi o único em quadra que esteve no título de 2007.

Este é o primeiro título do paranaense Rubinho como técnico do time em uma competição para a equipe principal. Ele sempre esteve ao lado de Bernardinho como auxiliar. "Para mim, significa muito. Mas é um trabalho de conjunto da seleção principal. Fico muito feliz com o trabalho especialmente pelos jogadores, até pelo aspecto pessoal, porque alguns deles eu comando desde o juvenil", afirmou o curitibano.

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A equipe de vôlei, antes do Pan-Americano, havia jogado duas competições, ambas sem títulos. "Mas foi um trabalho que veio culminar aqui [em Guadalajara]. Nosso objetivo [depois de tornar o Brasil um grande campeão mundial da modalidade] é ampliar o número de jogadores com capacidade de jogar em nível internacional", complementou Rubinho. Assim, no Pan, a seleção contou com o ponteiro curitibano Chupita, atleta do RJX, o destaque da última Superliga, Wallace Martins e o recém-saído do time juvenil, Murilo Radke.

Com o topo do pódio também no masculino, o vôlei foi totalmente dominado pelo Brasil. Além do bicampeonato de Gustavo, Bruno Rezende e companhia, o time feminino, comandado por José Roberto Guimarães, também venceu Cuba na final (3 a 2). Além dos 100% de aproveitamento nas quadras, na areia os primeiros lugares foram em verde e amarelo: Alison e Emanuel venceram no vôlei de praia masculino e a dupla Juliana e Larissa conquistaram o segundo título pan-americano no feminino.

"Foi uma oportunidade única que tivemos e sabíamos que tínhamos de aproveitar", resumiu Wallace Martins. "Nos dedicamos muito nessas última quatro semanas e, qualquer um que vista a camisa da seleção, seja time A ou B, vai sentir pressão. Mas mostramos que, hoje, o Brasil tem um trabalho desenvolvido no voleibol que serve de exemplo para outros países", afirmou o líbero Mário Júnior.

O jogo

O Brasil começou o primeiro set forçando o saque com Chupita e assim abriu 3 a 0, vantagem que logo se converteu em uma vantagem de dez pontos (17 a 7), com os brasileiros balanceando os saques e convertendo todas as bolas de fundo, especialmente com Thiago Alves. Os cubanos, irreconhecíveis, tentavam diminuir a vantagem baixando o braço no ataque, mas pecando na recepção. Assim, em 20 minutos, no erro de saque de Rolando, os brasileiros fecharam em 25/11.

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"Saímos ganhando o primeiro set, o que nos deu tranquilidade. Até não esperava um placar tão elástico, que não é comum em uma final", avaliou Mário Júnior.

Mas com o revés na primeira etapa, Cuba voltou à quadra mais organizada, com Gutierrez virando todas na ponta. No 13º ponto, os brasileiros foram beneficiados com uma mão na rede não marcada pela arbitragem, mas que manteve Cuba dois pontos à frente. Com a entrada de Wallace Martins no lugar de seu xará, o Souza, o time de Rubinho empatou em 24 a 24, mas não segurou a força do ataque de Mesa. Cuba empatou em 1 a 1 (26/24).

O Brasil sentiu o baque e desorganizou-se na defesa no começo do terceiro set, mas a eficiência dos bloqueios duplos e triplos forçou Gutierrez, Mesa e Leon a errarem e perderem a vantagem no placar. Cuba percebeu e, justamente explorando esse fundamento encostou em 15 a 14. Com Eder, pelo meio, Wallace Martins e Souza nas pontas, os brasileiros abriram sete pontos. Atacando em cima do bloqueio, Wallace Martins fechou em 25/18.

O Brasil definiu o topo do pódio no quarto set, especialmente com os pontos convertidos por Wallace Souza na Ponta e Eder e Gustavo no meio. Em menos de 20 minutos, abriu 22 a 16, em vantagem administrada até fechar em 25 a 19 no ponto de Wallace Martins.

Disputa do bronze

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No jogo que valia o bronze, vitória suada da Argentina por 3 sets a 2 contra o México. A torcida da casa bem que tentou fazer a diferença em um ginásio Ávila Camacho completamente lotado. Os donos da casa perderam o primeiro set, 25 a 18, empataram com 25 a 22, no segundo set, e viraram no terceiro (25 a 20).

No quarto set, os argentinos retomaram o controle da partida e, imperdoáveis nas bolas de meio, fecharam em 25 a 22. No tie break, muito mais vibrantes em quadra do que a torcida na arquibancada, a Argentina venceu por 15 a 13 e completou o pódio com Brasil e Cuba.