Torcedores do Coritiba festejam o fim do martírio fora da elite durante o jogo com o Figueirense| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo
Humor: A saga do Corisco rumo à elite, por Tiago Recchia
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Uma reunião na sexta-feira passada, véspera da vitória sobre o Figuei­­ren­­se, deu início ao planejamento do Coritiba para 2011. A portas fe­­chadas, o trio Vilson Ribeiro de An­­drade, Ernesto Pedroso e José Fer­­nando Macedo, responsável por administrar o departamento de futebol, mais o gerente Felipe Ximenes e o técnico Ney Franco fecharam questão sobre o novo treinador alviverde.

Porém, a pedido de Franco, que usou como justificativa "não desviar o foco durante a fase decisiva do cam­­peonato", o nome só será divulgado após a confirmação do título da Série B, o que poderá acontecer já no próximo sábado, contra o Icasa, em Juazeiro do Norte (CE) – uma vitória simples dá o bicampeonato ao Coxa independentemente do desempenho do Bahia que, no mesmo horário, recebe o lanterna Santo André, que segue tentando fugir da zona de rebaixamento.

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"Foi um acerto, uma espécie de pacto entre todos que participaram do encontro. Ninguém irá falar nada antes de acontecer o jogo no Ceará", diz Macedo, por telefone, de Bru­xelas, na Bélgica – o dirigente viajou para resolver questões pessoais, retornando ao Brasil no domingo. "O nome está fechado, mas não será divulgado", reforça Pedroso.

Em meio ao – intencional – si­­lêncio sepulcral, especulações to­­mam conta dos bastidores no Alto da Glória. E o rumor mais forte aponta para Marcelo Oliveira. O mineiro, ex-Paraná, integrou a lista dos dois nomes que restaram na imensa agenda coxa após uma série de sondagens.

Oliveira teria o respaldo de Ney Franco, de quem é amigo, e Felipe Ximenes. A palavra final, contudo, pertence ao triunvirato, que não confirma se acatou o conselho ou partiu para uma outra negociação. "Chegamos a conversar, mas ninguém me falou nada. Então, oficialmente, não há nada", revela Oliveira, que segue em Minas Gerais aguardando o posicionamento da cúpula alviverde. "Seria um prazer voltar ao futebol paranaense", emenda o ex-paranista, demitido no começo de outubro após uma derrota por 6 a 1 para a Portuguesa.

Outras possibilidades levantadas, como Caio Júnior, PC Gusmão, Alexandre Gallo e Hélio dos Anjos, foram prontamente descartadas pelos cartolas. "Está frio. Não é o caminho", confirma Macedo, que prefere se concentrar na matemática do título.

Conta básica. Mais três pontos e festa. Ou, se o vice-líder Bahia (tem cinco pontos a menos – 70 a 65) tropeçar, um empate no Nordeste garante a Jéci o direito de levantar o troféu, liberando a diretoria da mordaça forçada. Na pior das hipóteses, haverá ainda a chance de arrematar o título dentro de casa, diante do Guaratinguetá, no dia 27 de novembro, estendendo a novela "o novo técnico" por mais um capítulo e adiando o período de transição no Coritiba – Ney Franco se colocou à disposição para ajudar o substituto no início do trabalho.

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"Pela força que mostrou, por su­­perar todas as dificuldades, esse grupo merece muito essa conquista", diz o meia-atacante Rafinha, artilheiro coxa no Brasileiro com dez gols.

Após a revelação do novo treinador, o clube irá projetar o elenco para jogar a Série A.