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O presidente do Engenheiro Beltrão, Luiz Heitor Linhares, foi convocado pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR) para depor, na manhã desta segunda, no novo inquérito que investiga casos de corrupção na arbitragem paranaense. No entanto, o dirigente enviou um fax ao TJD dizendo que não poderá comparecer.

Linhares alegou problemas pessoais e compromissos que já estavam agendados, para explicar a ausência. "Até o dia 21 eu tenho compromissos para cumprir, a partir do dia 22 eu estou à disposição para o depoimento", explicou o cartola. Esse novo inquérito, ao contrário do primeiro que já foi encerrado e terá o julgamento nesta segunda-feira, foi motivado por uma denúncia anônima de um ex-jogador do Engenheiro Beltrão.

De acordo com a denúncia, a equipe teria subido a Série Ouro 2005 graças a um esquema de compra de árbitros. A partir desse fato novo, o presidente do TJD, Bortolo Escorssim, instaurou o inquérito na última segunda-feira (3).

Apesar de se colocar à disposição, o presidente do Engenheiro Beltrão contesta o inquérito. "Eu acho muito esquisito um inquérito ser baseado em uma denúncia anônima. Também não concordo que o TJD tenha legitimidade para julgar um caso de suborno, pois o tribunal serve para julgar causas disciplinares", argumentou Linhares.

"Acredito que um caso de corrupção teria que ser julgado pela justiça criminal. Somente se houver condenação deveria ser encaminhado ao TJD para ser julgado. No entanto, não devo nada e depois do dia 22 vou estar à disposição do tribunal", disse o dirigente.

Para o auditor responsável pelo inquérito, Paulo César Gradella Filho, essa nova investigação é uma continuação do caso "Bruxo", pois também tem arbitragem envolvida no meio. "Em princípio o Engenheiro Beltrão é o único acusado, mas durante as investigações e levantamento de provas pode aparecer mais gente", confessou o auditor do TJD.

Gradella ainda informou que o tribunal está tentando levantar a identidade do jogador que fez as denúncias. Sobre a ausência do presidente do Engenheiro Beltrão na segunda-feira, o auditor foi direto. "Ele vai ser convocado para depor numa nova data, caso não compareça será intimado também no artigo 198 do CBJD", concluiu. O artigo citado pelo auditor diz o seguinte: "Deixar de comparecer à entidade de administração do desporto quando regularmente convocado".

A data para a entrega do inquérito é no dia 18 de outubro, mas o prazo pode ser dilatado por mais 15 dias, o que deve ocorrer. Gradelha disse que o objetivo das investigações é fazer uma limpeza na arbitragem paranaense.

Julgamento do "Bruxo"

Nesta segunda (10), na sede do TJD ocorre o julgamento do caso "Bruxo", com 13 pessoas denunciadas: Amorety da Cruz (ex-árbitro); Antônio Carvalho (vice-presidente da Comissão de Arbitragem); Antônio Salazar Moreno (árbitro); Carlos Jack Magno (árbitro); Fernando Homann (ex-presidente da Comissão de Arbitragem); Genésio Camargo (ex-dirigente do Foz do Iguaçu); Gílson Pacheco (ex-dirigente do Marechal); Johelson Pissaia (diretor administrativo da FPF); José Francisco de Oliveira, o Cidão, (árbitro); Marcos Mafra (árbitro); Sandro da Rocha (árbitro); Sílvio Gubert (presidente do Conselho Deliberativo do Operário) e Valdir de Souza (presidente da Comissão de Arbitragem).

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