O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) do Paraná decidiu fiscalizar as contas telefônicas da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e de aparelhos celulares utilizados por diretores da entidade. A medida serve para tentar descobrir quem são os envolvidos no suposto esquema de manipulação de resultados no futebol paranaense, conhecido como "mensalão do apito". As contas telefônicas foram requisitadas para se checar quantas vezes havia conversas entre possíveis corruptores e árbitros, como mostra reportagem da Gazeta do Povo.
"Pedimos essas contas ao departamento financeiro da Federação. Quero ver esses extratos para saber se realmente há um excesso de ligações para este ou aquele envolvido no caso. Por que tanta conversa?", questionou o auditor do Tribunal, Otacílio Sacerdote Filho.
Além disso, todas as súmulas de partidas dirigidas pelo ex-árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, nos anos de 2004 e 2005 foram solicitadas na edição de terça-feira da Gazeta do Povo, o ex-juiz disse que trazia uma encomenda para um dirigente da FPF dentro de um envelope.
"Vamos ver quais eram os clubes que estavam atuando em cada partida que ele (Cidão) apitou. Aí vamos perguntar se mandaram algum tipo de envelope para a Federação e o que tinha dentro", afirmou.
Porém, mais do que interrogar os clubes, Sacerdote quer ouvir José Francisco de Oliveira. Nesta terça-feira, um e-mail foi enviado para o ex-árbitro, que está na Inglaterra, tentando demovê-lo da intenção de só falar sob ordem judicial. "Vou tentar falar com ele até o fim dessa semana. Ele é peça-chave na investigação."
O ex-presidente do Sindicato dos Árbitros do Paraná, Amoreti Carlos da Cruz, único convocado para depor nesta terça no TJD, não compareceu. Nesta quinta-feira terminam os 15 dias de prazo para conclusão do processo. Porém a prorrogação de mais 15 dias prevista em lei será utilizada. A intenção é concluir a investigação até o fim da semana que vem.
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