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Discursos motivacionais dos presidentes viraram rotina no Paraná | Felipe Rosa / Tribuna
Discursos motivacionais dos presidentes viraram rotina no Paraná| Foto: Felipe Rosa / Tribuna

Os pronunciamentos presidenciais no Paraná têm cara de reprise. Lamentações sobre falta de dinheiro, pedidos de ajuda para torcedores e poucas (ou quase nenhuma) estratégias para livrar a instituição do estado crítico em que se encontra.

Após as declarações do gerente de futebol, Marcus Vinícius, de que o clube iria acabar, o presidente Rubens Bohlen veio a público e, durante cinco minutos, consagrou uma vez mais o batido roteiro. "Vivemos um período em que boa vontade não é suficiente. Precisamos de trabalho. O Paraná vive um período marcado pela busca incessante pelo saneamento financeiro. Torcedor, vá aos jogos, associe-se", pediu.

Confira discursos semelhantes e 'infalíveis' proferidos por presidentes do clube nos últimos anos.

1- Aurival Correia, 2009As fracas campanhas no Estadual e na Copa do Brasil no primeiro semestre de 2009 geraram crise no clube. Em entrevista à Gazeta do Povo, Aurival Correia, então presidente, desabafou.

"Neste ano, entramos com receita zero e não temos de onde tirar dinheiro. As nossas dificuldades são imensas, esta é a verdade. A dificuldade é financeira. Precisamos de parceiros. Todos aqueles que vierem com a intenção de nos ajudar serão bem-vindos. O futebol é fácil de se gerir quando você começa o ano com R$ 5 milhões de verbas."

2- Aramis Tissot, 2010Primeiro presidente da história do clube, Aramis Tissot retornou ao poder em 2011. Ainda em 2010, porém, quando era o então vice-presidente do Tricolor (o presidente era Aquilino Romani), Tissot se pronunciou sobre a precária situação financeira do clube.

"Eu me sinto incompetente para resolver o problema financeiro do clube. Precisamos de um investidor, alguém que se disponha a ajudar neste momento difícil."

3- Aquilino Romani, 2010Em 2010, o Paraná liderou a Série B no período pré-Copa do Mundo. Depois, reencontrou o velho problema financeiro e terminou a temporada lutando para não cair. Ao final do ano, foi a vez do então presidente Aquilino Romani desabafar.

"Quando assumi o clube, a gente tinha promessa de vir recurso [financeiro], fato que não aconteceu. Atrasamos salários e então começamos a cair. Muita gente veio com vontade de ajudar, não ajudou. Administrar dor de cotovelo e ciumeira de homem é complicado. O grande mal do Paraná nos últimos anos foi isso."

4- Rubens Bohlen, 2011No discurso de posse como novo presidente, em dezembro de 2011, Rubens Bohlen repetiu lamúrias antigas. "Precisamos de mais sócios, mais público nos jogos", cobrou.

No entanto, ao contrário dos antecessores, Bohlen aterrissou na Vila Capanema propondo saídas para a crise. "Isso só será feito com choque de gestão, com a profissionalização do clube".

Quatro anos e uma reeleição depois, o discurso de Bohlen prossegue inabalável. Na última terça (8), repetiu a própria fala, provando quer não implantou quase nada no período.

"Precisamos de profissionalismo e competência; gestores, técnicos e experiências."

5- Rubens Bohlen, 2014Na parada da Copa de 2014, o elenco do Paraná ameaçou entrar em greve por causa dos salários atrasados. O capitão Lúcio Flávio convocou a imprensa e, em nome do elenco, expôs a terrível situação vivida por atletas e funcionários. Dias depois, Bohlen veio a público explicar a situação.

"Estamos trabalhando para buscar soluções. No passado, se podia penhorar bens, mas quando se penhora recursos, você inviabiliza o clube. Tivemos recentemente penhora de valores que eram para pagar salários de atletas e funcionários. Situações que futuramente darei explicações mais pontuais."

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