Um torcedor continua internado na Santa Casa de Cianorte, região Noroeste do Paraná, após a queda de parte das arquibancadas do Estádio Albino Turbay, no último dia 8 de fevereiro. Durante o jogo entre Cianorte e Galo Maringá, quatro lances de degraus tubulares cederam e 28 pessoas ficaram feridas.
O técnico em refrigeração Valteir Batista, de 29 anos, foi submetido a uma nova cirurgia nesta segunda-feira. O torcedor teve esmagamento do tornozelo e teve que implantar pinos para reconstruir os ossos da região. "O meu caso foi um dos mais graves. O meu tornozelo quebrou em várias partes e a recuperação deve durar pelo menos 90 dias", afirmou Batista.
De acordo com seu relato, o acidente foi causado pelas péssimas condições das arquibancadas. "Estávamos torcendo como qualquer torcida faz, ou seja, pulando e gritando o nome do nosso time. De repente tudo desabou e várias pessoas caíram umas sobre as outras", contou. O atendimento, segundo Batista, foi rápido. "Os policiais e bombeiros nos ajudaram rapidamente, mas levei quase 30 minutos para sair do estádio devido ao tumulto".
Casado e pai de três filhos, Valteir Batista ganha salário fixo, mas recebe 70% dos seus vencimentos em comissão. "Eu ganho três vezes mais com as comissões dos meus serviços. Tenho prestação da minha moto e outras contas para pagar. Não sei como vou fazer". Representantes do clube já foram até o hospital falar com o torcedor. "O Marcão (Marco Franzatto, presidente) e o Bersani (Luiz Carlos Bersani, diretor) já vieram aqui e falaram para eu ficar tranqüilo e me preocupar só com a recuperação, mas eu fico preocupado, já que só são palavras por enquanto".
Batista deve receber alta na próxima quinta-feira, mas só volta ao trabalho em pelo menos dois meses. "Eu ainda não decidi se vou processar os culpados, mas alguém tem que pagar por este transtorno", concluiu.
Vistoria
Nesta terça-feira, às 15h, a Comissão de Vistorias da Federação Paranaense de Futebol (CV-FPF) fará uma nova vistoria no Estádio Albino Turbay. Logo após o acidente, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), através do procurador Bortolo Escorssim, determinou a interdição do estádio. No dia seguinte, a diretoria ordenou a retirada das arquibancadas tubulares que ampliavam a capacidade do local em dois mil lugares.
Segundo Escorssim, representantes da CV, do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Vigilância Sanitária vão analisar se há condições de reabertura do estádio. "Assim que receber os laudos de vistoria da Polícia, dos Bombeiros, da Vigilância Sanitária e a súmula do jogo, vamos encaminhar o caso para a procuradoria do TJD", afirmou.
O Cianorte pode ser denunciado pela infração do artigo 211 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Caso a procuradoria apresente denúncia com base nesse artigo, o Cianorte pode ser multado.
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