Confira como estão divididas as etapas nos oito dias de competição| Foto:
Veja a entrevista com o ciclista Luciano Pagliarini
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Hoje, às 7 horas, será dada a largada do Tour do Brasil – Volta Ciclística de São Paulo, na capital paulista. A prova, que percorre mais de 70 municípios, é a principal competição do ciclismo de estrada no Brasil. Reúne 160 atletas de 20 equipes – seis vindas de Uruguai, Chile, Portugal, Ar­­gentina, Nova Zelândia e Alema­­nha – que vão pedalar, em nove dias, 1.289,4 km em busca do título.

Oficialmente, o Paraná não tem equipe na disputa, mesmo tendo grandes nomes na competição, como Luciano Pagliarini, Nilceu Aparecido dos Santos e Gregory Panizo (atual campeão da prova). Mas a falta de apoio no estado faz com que as equipes busquem incentivos fora.

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A escuderia de Panizo, a DataRo, por exemplo, criada em 2000 em Curitiba, adotou o no­­madismo como modo de sobrevi­­vência. Já defendeu Campo Mou­­rão, Blumenau (SC) e Ponta Grossa. Neste ano, Cordeirópolis (SP) fez uma proposta para cobrir os custos de transporte e alimentação dos ciclistas, fato que convenceu o grupo a fazer nova trans­­ferência de endereço.

Transferência virtual, na verdade, visto que os oito atletas (sete paranaenses e um paraibano) treinam em suas cidades (maior parte no interior do Pa­­raná), seguindo planilhas de treino enviadas pelo técnico Her­­nandes Quadri, por e-mail. Além dos ciclistas e do treinador, o grupo conta com um massagista e um mecânico. O custo mensal é de R$ 30 mil, pagos com o apoio da prefeitura de Cordeirópolis e de patrocinadores.

"Não há nem como comparar, financeiramente, uma equipe nacional com outra que disputa a Volta da França. Enquanto por aqui se gasta R$ 400 mil anuais, lá se investe, no mínimo, 50 milhões de euros (cerca de R$ 131,6 bi­­lhões)", diz Mauro Ribeiro, único brasileiro a vencer uma etapa da Volta da França. O curitibano é o técnico de ou­­tra equipe da Volta de São Paulo, a Caloi. "Não defendemos, hoje, município algum. Tínhamos o apoio da prefeitura de Suzano (SP). Encer­­ra­mos o contrato há cerca de um mês", conta.

Novidades

Para este ano, a Volta Ciclística de São Paulo apresenta inovações. Até 2008, a competição era realizada em abril. Com a intenção de distribuir melhor as principais provas da modalidade no calendário – antes concentradas no primeiro se­­mestre –, a largada foi marcada para agosto.

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Se para as equipes a postergação foi a chance de estarem mais organizadas, entre os atletas, a alteração gerou opiniões distintas. "Piorou. Ago­ra tenho de estender meu pi­­co de competição", diz Alex Arseno, da equipe DataRo, atual campeão brasileiro.

Panizo diz que a mudança foi providencial. "Em abril, não competiria. Estava me recuperando de uma cirurgia no joelho esquerdo."

O percurso também mu­­dou. Mais plano que em anos anteriores, privilegia velocistas. "Tiraram as provas individuais do contra o relógio e o de montanha, em que vou melhor. Tirou todo o brilho da prova.", diz o ciclista, que defende o bicampeonato.

A Volta de São Paulo distribui R$ 61 mil em prêmios e pontos para os rankings da União Ciclística Internacional (UCI) e Confederação Brasi­leira de Ciclismo (CBC).