O norte-americano Travis Pastrana conquistou o público em Foz do Iguaçu com trajetória de títulos e acidentes| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Agenda

Sábado de muitas finais no BMX e de disputa acirrada no skate vertical.

• BMX Freestyle Park (12 h) – Em uma pista de concreto cheia de ondulações, os dez atletas, em cada tentativa, têm 40 segundos para realizar o máximo de manobras.

• Skate Vertical (13h30) – Prova muito aguardada pelo público. Com as Cataratas ao fundo, os skatistas percorrem o half-pipe para realizarem diversas manobras. Bob Burnquist e Sandro "Mineirinho" Dias estão na disputa.

• Street League Skateboarding (15 h) – Vinte e um atletas percorrem um circuito com diversos obstáculos de rua como escadas, bancos e corrimões.

• BMX Freestyle Vertical (17 h) – Mais uma competição que terá a "companhia" das Cataratas. Aqui são os ciclistas que se arriscam no half-pipe.

• BMX Freestyle Dirt (20 h) – Cada concorrente – são oito no total – passa por sete rampas que servem de ponto de partida para as manobras. Vale abusar do estilo e criatividade.

• Moto X Speed and Style (22 h) – O nome já dá a dica: é preciso aliar velocidade e estilo. O formato é mata-mata. Os pilotos entram em duplas na pista e quem mostrar mais equilíbrio nos critérios vence. Fica com o ouro o último que "sobreviver".

CARREGANDO :)

Um grande painel, logo no local de entrada do público no X Games Foz do Iguaçu, exibe as fotos de alguns atletas que são apontados como as estrelas do evento: o retrato de Travis Pastrana está lá. O norte-americano, de 29 anos, é um dos competidores mais idolatrados pelos fãs dos esportes de ação.

Publicidade

Com 17 medalhas da competição no currículo, sendo 11 de ouro, ele é considerado por muitos o atleta mais radical da história dos jogos, status que a carreira – consagrada em cima das motos e dentro dos carros de rali – ajudou a construir.

Nas arenas do X Games, Pastrana foi por muito tempo imbatível manobrando sobre duas rodas. Entre 1999 e 2010, subiu oito vezes no lugar mais alto do pódio por causa de suas performances nas categorias freestyle e best trick, justamente as duas em que o vencedor é aquele que apresenta o movimento mais ousado e preciso no ar.

A fama radical de Pas­trana, no entanto, não se deve somente à sua inegável habilidade. Chama atenção as inúmeras contusões do atleta e o fato de ele parecer não se importar com elas.

No X Games de 2004, ao tentar um 360º nas alturas, caiu e sofreu uma concussão. Apesar disso, voltou às pistas no dia seguinte e assegurou uma medalha de prata. O fato mais "louco" ocorreu na competição realizada em Los Angeles, há dois anos.

Após um movimento mal calculado com a moto, ele acabou caindo sobre a própria perna: quebrou o pé e o tornozelo direito. Ninguém mais aguardava pelo atleta quando, dois dias depois, ele apareceu para competir na prova de rali. Dirigiu um veículo especial controlado apenas com as mãos e ficou em 4.º lugar.

Publicidade

Essas são apenas duas das contusões dele que "coleciona" 15 cirurgias no joelho, duas no pulso, duas nas costas, uma no ombro, entre outros procedimentos.

Em Foz, Pastrana está focado no rali, onde busca o terceiro ouro em X Games. No ano passado, o norte-americano decidiu largar as disputas nas motos justamente para evitar lesões graves. Ele garante que a aposentadoria parcial não incomoda. "Não ando aqui [no X Games], mas ainda dou minhas voltinhas com as motos por aí em outros lugares", conta.

Longe do X Games, a lógica pouco usual de Pastrana o levou a pular de um avião sem paraquedas. Tudo foi programado para no ar ele encontrar alguém com o equipamento de segurança que pudesse buscá-lo. Anormal? Para Pastrana, nada demais.