No campo, uma vitória emocionante. Fora dele, um dia histórico. Dez anos após a abertura da Arena, o Atlético inaugurou ontem à tarde o novo setor de arquibancadas de sua casa, na Rua Brasílio Itiberê.
Apenas mais 3 mil cadeiras no estádio que agora tem capacidade para 28.327 pessoas mas que fazem uma baita diferença. Afinal, desde o fechamento da Baixada antiga, em 1997, o torcedor atleticano não sentia o gostinho de vê-la unificada.
A exceção foi em um clássico contra o Coritiba (vencido por 1 a 0, dia 10 de julho de 2005), quando o clube aproveitou a estrutura de arquibancadas tubulares, levantada às pressas para a Libertadores, e que acabou não utilizada na competição internacional.
"Foi uma sensação muito diferente, ver todo aquele pessoal do outro lado. Imagino quando concluir o estádio, vai ficar ainda mais difícil o adversário ganhar do Atlético aqui na Arena", comentou o atacante Alex Mineiro, do alto de quem já marcou 50 gols no campo rubro-negro.
E a novidade foi bem além. Ontem foi o primeiro teste da utilização do vidro protetor de policarbonato (de 1,67 m de altura), como única barreira entre a galera e o gramado não há fosso no local. Algo inédito no futebol brasileiro.
"Ficou bem próximo, muito legal, e a torcida se comportou bem, sem problema algum. Foi uma experiência sensacional ver o estádio do outro lado, a torcida. E serviu para fazer mais pressão sobre o adversário", disse Marco Fernandes, 43 anos, que trabalha com venda de soldas.
Junto com o filho Caio, de 12 anos, ele foi um dos atleticanos que compraram assentos na Brasílio esgotados desde abril. "O único problema é se chover, já que não há cobertura. Mas isso serviu para lembrar a Baixada de antigamente", acrescentou o rubro-negro.
Falta de proteção contra as intempéries que só terminará com a conclusão do estádio. As obras têm prazo até 1.º de março do ano que vem para serem iniciadas. O clube e o comitê curitibano para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, ainda buscam um investidor para terminar a Arena nos padrões exigidos pela Fifa.