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Nunca noventa minutos representaram um tempo tão grande como para o Paraná, hoje à tarde, na Vila Capanema: exatamente um ano.

Contra o São Paulo, uma temporada estará em jogo. A vitória paranista garantirá a inédita vaga à Libertadores, mas também será a senha para a realização de uma série de sonhos no clube.

Participação no Clube dos 13, mais verba da tevê, aumento da capacidade do estádio, e até a mudança de estatuto do clube – essa uma vontade maior do presidente José Carlos de Miranda, para que possa disputar o terceiro mandato consecutivo – estarão em jogo no Durival Britto.

"A classificação para a Libertadores não será apenas um ganho financeiro, mas fortalecerá a imagem do clube para futuras negociações", admite José Domingos, o vice-presidente do clube. E esse é o máximo a que chegam os dirigentes ao tratar do assunto.

Por enquanto, o discurso é comedido. Ninguém admite, talvez por ainda não ter a confirmação da vaga, que o futuro imaginado possa estar virando realidade.

"É muito relativo dizer que só a classificação para a Libertadores nos dará um desafogo financeiro para 2007. A cota para essa primeira fase é só R$ 80 mil. E estamos pagando mais que isso de premiação para os jogadores pela classificação agora. Além do mais, não podemos esquecer que deixaremos para trás a Copa do Brasil e a Sul-Americana. Tudo dependerá do nosso desempenho", diz José Carlos de Miranda.

Mas nos bastidores ninguém esconde que a Libertadores será o grande trunfo do Tricolor. A começar pela parte financeira. É com a competição que o clube imagina melhorar seus ganhos com publicidade e, assim, ganhar fôlego para manter parte do elenco e conseguir reforços. O Paraná já negocia com várias empresas.

"Temos um acordo com a Embracom de que se aparecer um patrocínio maior ela passa para as mangas. Tem gente procurando, querendo saber quanto custa... Estamos num momento bom", diz José Domingos.

A esperada classificação do Tricolor ao torneio continental também será um trunfo para que o time da Vila pleiteie com mais veemência uma vaga no C-13 e um ajuste no rateio da verba televisiva. Por enquanto, a estratégia utilizada por Miranda não ultrapassa os contatos telefônicos e encontros casuais. Depois, passarão a ser dados concretos.

"O Paraná está há 14 anos na Primeira Divisão, é o 9.º ou 10.º em público, e vai se classificar para a Libertadores. Isso deveria contar", afirma Miranda, que, quando a vaga abrir, quer que o Paraná esteja parado na frente da porta do grupo, bem à frente de Figueirense e Juventude, outros dois que tentam entrar no C-13.

"A gente até gostaria que o Paraná entrasse, mas no momento não existe essa possibilidade. Não há clima", afirma Paulo Samuel, o assessor financeiro da entidade, que tem acesso direto ao presidente Fábio Koff.

O grande aliado do Paraná na empreitada seria o Flamengo. A estreita ligação, no entanto, deve render frutos primeiro para os cariocas, com os possíveis empréstimos de Maicosuel e Leonardo por um ano.

Mas na política interna do clube é que a vaga tende a pesar mais. Enquanto ela não vem, Miranda ainda encontra resistência do conselho para mais uma reeleição. Com uma vitória hoje, a expectativa é de que a mudança no estatuto do clube fique mais fácil.

Há quem discorde: "Para mim não faz diferença. Não estou preocupado apenas com o agora, mas também com o futuro do clube. E essa virada de mesa não faz parte desse projeto", afirma Luiz Carlos de Souza, presidente do conselho deliberativo paranista.

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