Do jeito que está, não dá mais.

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A queixa tem sido geral contra a Copa Sul-Americana. Dos dirigentes, por não poderem arrecadar o desejado em um torneio internacional. Dos treinadores, por serem obrigados a escalar times mistos ou reservas na competição e ainda assim arcarem com a responsabilidade por goleadas sofridas e desclassificações. Dos jogadores, que se dividem na vontade de jogar sempre e na necessidade de serem poupados para partidas teoricamente mais importantes. Da televisão, que não consegue o retorno desejado de audiência justamente por conta das campanhas irregulares consequentes da utilização de times mistos ou reservas pelos times brasileiros. E da torcida, que, no embalo de todas essas informações, não consegue se motivar com a importância do torneio.

Resumindo: está tudo errado para o enfoque dos brasileiros.

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Dia desses o Flamengo levou de quatro em casa e anteontem o Botafogo, que só precisava de um empate com gols fora, também sofreu quatro gols e perdeu o rumo. Isso sem contar aqueles que já entraram na competição condenados, como o nosso representante paranaense, o Atlético, cujo treinador da ocasião, o Renato Portaluppi, contrariou a linha da diretoria e decidiu poupar seus titulares nas partidas contra o Flamengo. E o que se comemorava no ano passado, a classificação para a Copa Sul-americana, vazou pelo ralo em 180 minutos.

A questão principal é o calendário, pois a inevitável comparação com os torneios continentais europeus mostra parâmetros completamente diferentes. Enquanto lá os dois torneios – a Liga dos Campeões e a Liga da Europa – são disputados paralelamente em calendário mais esticado para abranger boa parte dos meios de semana da temporada, as duas disputas sul-americanas – Copa Libertadores da América e Copa Sul-Americana – ocorrem em semestres distintos, como que a completar os espaços intermediários da grade televisiva.

Na Europa o torneio principal tem jogos às terças e quartas, enquanto o secundário às quintas – e quase nunca em semanas subsequentes. A motivação é dividida e as atenções também. Por aqui dá-se importância à Liber­­tadores pelo que representa e também pela frágil concorrência técnica dos campeonatos estaduais e do início do brasileiro. Enquanto a Sul-Americana tem de bater de frente com momentos decisivos do nacional, seja para quem luta para sobreviver na turma de baixo ou para aqueles mais interessados em disputar o título ou as vagas ofertadas para a Libertadores.

E dá nisso. Um torneio que se arrasta, contra o interesse de todos, até que um de nossos times se classifique (escrevo antes da rodada de ontem) e aí dispare à final, como fez o Internacional há três anos.

Por enquanto tem sido mais perda de tempo e de paciência.

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